Folha de S. Paulo


Famoso por criptografia, app Telegram chega a 100 milhões de usuários

Albert Gea /Reuters
Pavel Durov, presidente-executivo do Telegram, durante apresentação em Barcelona
Pavel Durov, fundador do Telegram, dá palestra no Mobile World Congress, em Barcelona

O bloqueio do WhatsApp no Brasil, em dezembro último, além da maior preocupação das pessoas com a criptografia das mensagens, parecem mesmo ter beneficiado um dos seus principais concorrentes. No Mobile World Congress, um dos eventos globais mais importantes de telefonia móvel, que acontece até quinta (25) em Barcelona, o Telegram revelou que atingiu a marca de 100 milhões de usuários no mundo.

O crescimento é de 61% em um ano. A última vez que a companhia abriu seus números foi em março de 2015 –na época, eram 62 milhões de usuários. Em dezembro de 2014, o serviço tinha 50 milhões de usuários.

Na época do bloqueio do WhatsApp, o Telegram disse ter recebido 5,7 milhões de usuários brasileiros. O WhatsApp tem 1 bilhão de usuários, dos quais estão 100 milhões no Brasil.

"Estamos extremamente orgulhosos por ser um crescimento 100% orgânico. Não temos orçamento de marketing. Não gastamos recursos comprando anúncios para promover o Telegram", disse Pavel Durov, fundador do Telegram.

O Telegram alardeia ser uma ferramenta mais segura que os concorrentes por dois motivos principais: ter um sistema de codificação mais difícil de ser quebrado e disponibilizá-lo para verificação pública.

A principal diferença da ferramenta é oferecer os chats secretos, opção que aumenta o nível de segurança e que faz a verificação da identidade dos usuários. Ao mesmo tempo, o aplicativo também causa polêmica por causa dessa criptografia pesada, por supostamente facilitar a comunicação entre criminosos –o app já foi apontado como "predileto" do Estado Islâmico.

Segundo o executivo, 350 mil pessoas se cadastram diariamente e 15 bilhões de mensagens são trocadas todos os dias.

Durov não falou diretamente sobre o Brasil ou o caso do WhatsApp, mas mostrou um mapa onde há usuários do Telegram. O Brasil se destacava, junto de EUA, Rússia, Índia e Espanha. "Esse mapa mostra países que têm alguns milhões de usuários", disse.

O jornalista viajou a convite da Qualcomm


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