Folha de S. Paulo


Integração ao Twitter reforça controle de conteúdo no Periscope, diz o site

Usado para exibir ao vivo eventos da vida cotidiana e grandes acontecimentos, mas também fonte de transmissões de conteúdo adulto, como a Folha mostra nesta segunda-feira (18), o aplicativo Periscope tem a preocupação de derrubar esse tipo de vídeo impróprio.

A afirmação é de Guilherme Ribenboim, vice-presidente do Twitter, a empresa dona do app, para a América Latina.

Na semana passada, as transmissões da ferramenta passaram a aparecer integradas aos tuítes na rede social, como forma de integrar melhor as plataformas e dar mais visibilidade aos vídeos –o recurso inicialmente está disponível apenas para usuários do sistema iOS, da Apple.

Para o executivo, essa integração vai facilitar o monitoramento. Leia abaixo trechos da entrevista de Ribenboim à Folha, em que ele comenta também o uso que as pessoas têm feito da plataforma.

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Folha - Nos últimos meses, vimos cenas de conteúdo adulto, como pornografia, e consumo de drogas ao vivo no Periscope. Agora que as plataformas estarão integradas, o problema não aumenta?
Guilherme Ribenboim - Essa integração reforça a importância do controle. Uma vez que o conteúdo é distribuído para mais gente, mais rápida será a nossa capacidade de reagir a denúncias –ou seja, vamos ver a denúncia mais rapidamente e tratá-la mais rapidamente. Estamos atentos para permitir que isso não aconteça.

Há também muito conteúdo protegido por direitos de transmissão, como jogos esportivos, sendo transmitidos quase na totalidade.
Existe uma preocupação com o direito autoral; se algo é protegido por direito autoral, não pode usar, não pode transmitir isso, temos a política de derrubar a transmissão.

Recentemente eu estava nos EUA em uma luta da Ronda [Rousey, atleta de MMA] e no celular piscou uma notificação de transmissão do evento. Eu entrei para ver o que estava acontecendo, mas quando consegui, já haviam derrubado.

Hoje, os usuários usam o Periscope para transmitir algo que está à frente deles, como um evento, ou para fazer uma "selfie por streaming", contar da própria vida?
Na prática, um pouco dos dois. Há periscopers se especializando em contar coisas, quase como uma selfie, e tem muito produtor de conteúdo, seja do Vine, seja do YouTube, que tem usado para falar com sua rede de seguidores, funciona como uma ferramenta de chat.

A outra coisa que a gente vê são as celebridades, a Ivete Sangalo, a Claudia Leitte, jogadores de futebol, que querem contar algo, fazer um anúncio.

Espera crescimento em algum setor específico?
Agora a gente não está em época de eleições, mas, quando elas chegarem, o uso por políticos vai crescer ainda mais. Já começamos a ver alguma coisa, por figuras do governo. A Dilma tem usado em eventos, quando está lançando programas.

Existe a perspectiva de surgirem os periscopers, como aconteceu com o YouTube e os youtubers?
É muito difícil fazer a previsão. A plataforma é muito jovem. O que a gente tem visto são youtubers usando o Periscope como plataforma de chat. A gente deveria, ao longo do tempo, começar a perceber que as pessoas são, sim, produtoras de conteúdo multiplataforma, com especialização em uma ou outra.

A gente está vivendo um momento de fragmentação de conteúdo, eu não acho que existam youtubers, viners ou periscopers: o que existe são produtores especializados em uma ou outra.

Divulgação
Guilherme Ribenboim, vice-presidente do Twitter para a América Latina
Guilherme Ribenboim, vice-presidente do Twitter para a América Latina

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