Folha de S. Paulo


Só o criador de perfil da 'Diferentona' é tímido e faz sucesso aos 19 anos?

Arquivo Pessoal
Victor Freitas, criador da página
Victor Freitas, criador da página "Diferentona"

Sete bilhões no mundo, mas só Victor Freitas teve a ideia de transformar um viral em página no Facebook. "Diferentona", que passa de 780 mil curtidas, é administrada por um jovem de 19 anos.

Victor Freitas, morador da zona leste de São Paulo, planeja estudar publicidade e reserva boa parte de seu tempo para administrar a criação e outras seis ou sete páginas, que somam 10 milhões de "likes".

Inspirado no tuíte de @nicesthing (com 23 mil compartilhamentos), que ironizava frases que começam com "Será que eu sou a única pessoa que...", Victor criou a página em 2 de janeiro e manteve uma média de 30 posts diários.

O mais famoso fez referência a uma mãe perguntando "Só eu que faço tudo nessa casa?". Vem a resposta: "Só você, a diarista, doméstica, mãe de família, diferentona". Nesse caso, Victor acrescenta no final um "apanhei muito".

"'Diferentona' é um termo que as pessoas usam no dia a dia e por isso acho que elas se identificam", diz. O rapaz tem se esforçado para manter uma boa média diária de produção. "Mas já está difícil conseguir achar coisas engraçadas entre sugestões das pessoas."

Nas redes sociais desde os 13 anos, Victor faz parte de um grupo chamado PCSD (sigla para "pegar comunidades sem donos", que faz referência ao Orkut, em que um bug permitia passar a administrar uma comunidade abandonada). No grupo, com mais de 2.000 participantes, já o chamaram de "mito".

Reprodução
Reprodução de publicação da 'Diferentona
Reprodução de publicação da 'Diferentona'

Afinal, a força do meme fez com que famosos e perfis oficiais da Coca-Cola, Red Bull e do Ministério da Educação seguissem o formato. "Mas é um meme, uma hora as pessoas vão cansar", diz.

Apesar das gracinhas, Victor diz que nunca foi o "engraçado da turma". É tímido, e as redes sociais acabaram sendo uma ferramenta para conhecer gente e se comunicar.

"O computador passou a ocupar as horas que eu passava na rua, andando de bicicleta e jogando bola."

Isso porque, em 2014, estava com amigos quando foi assaltado. Um dos bandidos atirou e atingiu o abdômen de Victor. A bala ficou alojada na coluna e o deixou paraplégico. Aos poucos, tem conseguido se locomover, e hoje usa muletas em curtas distâncias.

Victor ainda está pensando em como ganhar dinheiro na internet. Até o Carnaval é possível que uma marca de camisetas estampe as frases que cria. "Mas ainda estou vendo como vai ser isso."


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