Folha de S. Paulo


L'Oréal entra no mercado de tecnologia com gadgets para beleza

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A L'Oréal está investindo em tecnologia para não ser superada por alguma start-up que possa surgir
A L'Oréal está investindo em tecnologia para não ser superada por alguma start-up que possa surgir"

L'Oréal, a marca de beleza que é mais conhecida pelas maquiagens que por suas bugigangas tecnológicas, fechou um acordo estratégico com a PCH, empresa que fabrica componentes eletrônicas e de logística, para criar um novo campo de produtos vestíveis e conectados à internet.

O primeiro aparelho das duas companhias é uma espécie de adesivo flexível, que será usado na pele e escaneado por um aplicativo de smartphone para monitorar a força dos raios solares.

A L'Oréal faz parte de um crescente número de companhias de fora da indústria da tecnologia que estão aparecendo na feira de eletrônicos CES, nesta semana em Las Vegas. Ela quer desenvolver as novas tendências tecnológicas para não correr o risco de ver uma start-up surgir no mesmo ramo e superá-la.

"Essa será a primeira vez que usaremos a CES para anunciar o lançamento de um produto", disse Guive Balooch, vice-presidente global da incubadora de tecnologia da L'Oréal.

"Tecnologia, objetos conectados, a internet das coisas, tudo isso vai afetar a indústria da beleza de alguma maneira. Nós queremos mostrar ao consumidor de eletrônicos que estamos aqui, trabalhando em produtos de beleza."

Liam Casey, executivo-chefe da PCH, acredita que a L'Oréal tem suas vantagens por ser uma companhia de fora da tecnologia em plena CES. "Eles têm um relacionamento muito próximo com os consumidores, o que lhes permite testar aplicar tecnologia em seus produtos", diz. Casey acrescentou que a parceria, no futuro, pode chegar a formas personalizadas de entregar cosméticos em casa.

Cerca de 25 pessoas trabalham na incubadora de Balooch, indo desde cientistas da informação a biólogos. O primeiro produto feito, lançado no ano passado, foi o aplicativo Makeup Genius, um simulador virtual de maquiagem, que usa a câmera do smartphone como um espelho digital.

O My UV Patch, desenvolvido junto com a empresa de objetos flexíveis MC10, foi feito para educar os consumidores sobre os efeitos da exposição prolongada aos raios solares.

"Eu não acho que o objetivo é dizer que a L'Oréal está se tornando uma empresa de tecnologia", disse Balooch. Mas ele reconhece que companhias como Apple e Fitbit podem afetar a indústria da beleza, assim como os smartwatchs já competem contra os relógios.

"Não quero criar um aparelho só para dizer que fizemos um", afirmou Balooch.


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