Folha de S. Paulo


Falta do WhatsApp atrapalha planos de Ano-Novo e até trabalho de usuários

Igor do Vale/Folhapress
Por ordem da Justiça, operadoras bloqueiam WhatsApp em todo o Brasil por 48 horas, a partir de 0h desta quinta-feira
Por ordem da Justiça, operadoras bloquearam WhatsApp em todo o Brasil por 48 horas, a partir de 0h desta quinta-feira (17)

As reações à suspensão judicial do WhatsApp por 48 horas em todo o Brasil não demoraram muito a aparecer na madrugada desta quinta-feira (17), quando o aplicativo foi bloqueado pelas operadoras de telefonia. Nas redes e fora delas, usuários reclamavam e buscavam alternativas para reestabelecer a comunicação perdida.

Mas a manhã, em vez de oferecer alívio, é de ressacada a atormentar quem está temporariamente órfão da ferramenta de mensagens.

"Foi estranho acordar e não ter várias mensagens de grupo", conta o cenógrafo Luan Arvati, 25. Ele usava os grupos para combinar viagens de ano novo e carnaval e é deles que mais tem sentido a falta.

A solução, temporária, foi migrar para o Telegram. "Só hoje mais de 20 amigos entraram no app", contou.

Em sua conta no Twitter, o Telegram anunciou que 1,5 milhão de brasileiros baixaram o aplicativo. Segundo a empresa, o número de pessoas se cadastrando era tão alto que sobrecarregou o sistema de SMS, usado para confirmar o telefone do usuário durante o cadastro.

A depiladora Rosana da Silva, 51, não teve a mesma sorte. É que ela usa o WhatsApp para agendar e confirmar horários de clientes, mas só uma minoria deles está no Telegram, que Rosana só baixou e aprendeu a mexer ontem.

Ela diz estar mandando mensagens pelo Facebook e ligando do telefone fixo, "mas está bem difícil, porque tem um custo e eu perco muito tempo", diz.

Bárbara Thomaz, 19, estudante de direito da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), ainda não sabe como avisará os familiares, que moram em Birigui (507 km de SP), da sua chegada na cidade nesta sexta-feira (18).

"Estou sem a chave de casa e ontem minha mãe estava sem o celular, então não consegui falar com ela", conta a estudante, que passou a economizar o dinheiro antes gasto em interurbano e deslocamento depois que ensinou a mãe a mexer no WhatsApp.


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