Folha de S. Paulo


App brasileiro agora mostra locais para comprar maconha nos EUA

Divulgação
App permite mostrar qual a forma do consumo de maconha e sentimentos relacionados à erva
App permite mostrar qual a forma do consumo de maconha e sentimentos relacionados à erva

Em sua nova versão, o aplicativo Who Is Happy –pelo qual os usuários avisam, anonimamente, se estão fumando maconha nas redondezas– indica informações básicas como telefone, e-mail e localização dos "coffee shops" de Amsterdã e dos revendedores nos Estados Unidos.

O app, apesar de ter sido criado por um brasileiro, faz parte de uma nova onda de negócios de tecnologia relacionados à maconha, principalmente no Vale do Silício. Com o afrouxamento das leis sobre a droga nos Estados Unidos, empreendedores e investidores estão criando novas empresas para aproveitar o que veem como uma nova oportunidade de lucros.

É o caso de João Paulo Costa, que depois de lançar, em janeiro, o Who Is Happy no Brasil, partiu para o Vale do Silício em busca de investidores para buscar uma forma de gerar receita com o aplicativo, que hoje está disponível em 140 países e conta com cerca de 80 mil usuários.

O primeiro passo para a monetização do app foi dado com o mapeamento dessas lojas que comercializam a erva no exterior, principalmente nos EUA. Nos lugares onde o consumo recreativo e medicinal é legalizado, o usuário poderá acessar dados básicos sobre dispensários e sobre médicos especializados em maconha.

A ideia para o futuro é fechar parcerias com esses dispensários, que poderão postar fotos e os tipos de maconha vendidos. Para Costa, isso seria interessante para os estabelecimentos, já que, pela legislação dos EUA, eles não podem fazer propaganda.

O formato já está sendo testado no Brasil por meio de uma parceria com a franquia Ultra 420, que vende artigos relacionados ao consumo de cannabis, como vaporizadores, sedas e cinzeiros. Foram feitos perfis geolocalizados para as três lojas da rede–duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.

Costa imagina ainda outras possibilidades de monetizar o aplicativo no futuro. Uma delas, por exemplo, seria fechar parcerias com serviços de delivery de comida.

"É um público que tem fome, então imagina poder pedir uma pizza por meio do app", diz. Na Califórnia, start-ups já fazem quase isso por meio de serviços que fazem entregas domiciliares de maconha.

Outra ideia do empreendedor brasileiro é tornar o serviço mais parecido com uma rede social, pela qual os usuários poderiam trocar mensagens e se comunicar mais diretamente. "O problema é que há impedimentos legais para isso", explica Costa.

"STICKERS"

Na nova versão do aplicativo, lançada nesta segunda-feira (16) e disponível para os sistemas iOS e Android, o usuário poderá expressar sentimentos por meio de "stickers", que mostram o tipo de erva consumida (medicinal, por exemplo) e a forma do consumo (baseado, cachimbo, comestível, entre outros) –além de fazer check-in no lugar que está fumando.

Há ainda um "sticker" que indica se uma área é inadequada para o consumo de maconha.

"Conversando com os usuários do aplicativo percebi que havia uma necessidade latente de se expressar, de falar que está usando medicinal, por exemplo", diz Costa.


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