Folha de S. Paulo


Mulher nos games não precisa ser sexy, diz diretor de 'Assassin's Creed'

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Em "Assassin's Creed: Syndicate" é possível jogar com a personagem Evie

Apresentada oficialmente no começo de outubro, Laura, a nova lutadora de "Street Fighter 5", tem o bumbum mostrado em close quando entra na arena. Lara Croft, estrela de "Tomb Raider", explorava cavernas e ruínas vestindo um top e shorts. Durante muito tempo, personagens femininas nos games eram sinônimo de pouca roupa, decotão e salto alto, mas algumas séries vêm mudando esse perfil. "Assassin's Creed" é uma delas.

Para o diretor de arte do jogo, Raphael Lacoste, colocar uma mulher no jogo não significa destacar seus atributos físicos.

"Eu pessoalmente gostaria de ter mais jogos com mulheres", diz Lacoste em entrevista por telefone à Folha. "Nós sempre temos homens muito fortes como protagonistas. Acho que podemos ter um equilíbrio maior nos games".

"A personagem feminina não precisa sempre ser sexy, podemos trazer outras características para elas", continua.

"Assassin's Creed: Syndicate", com lançamento marcado para esta sexta-feira (23), coloca o jogador no controle da assassina Evye Frye, irmã gêmea de Jacob, o outro protagonista do jogo.

Enquanto ele é um personagem mais impulsivo e forte, Evie precisa ser mais tática e fazer uso da camuflagem para atingir seus objetivos.

"Assassin's Creed" é uma saga que narra a luta entre assassinos e templários durante momentos históricos importantes, muitas vezes trazendo personalidades da história humana para dentro do jogo.

"Syndicate" é o título da série que tem a história mais avançada, se passando no ano de 1868, durante a Revolução Industrial.

Por essa razão, os protagonistas terão um arsenal mais avançado à disposição, incluindo um gancho, que facilita a escalada dos prédios, tornando o processo menos repetitivo, uma reclamação dos jogadores.

No game, Jacob e Evie terão que explorar Londres em uma época de reconstrução por causa dos avanços tecnológicos da época. Nesse momento, por exemplo, o transporte férreo da cidade -que depois deu origem ao metrô- começa a ser montado. Durante o jogo, é possível ver grandes terrenos em obras.

"Para mim, o maior desafio é usar todas as ferramentas que você tem e lidar com as gangues do jogo. É uma cidade muito grande, e é muito difícil controlar tudo", diz Lacoste.

NÃO É UM JOGO EDUCATIVO

Nesta sexta, o "Assassin's Creed: Syndicate" será lançado tanto para Playstation 4 quanto para Xbox One. O Brasil, segundo Lacoste, é um dos principais mercados da série, com cerca de 2 milhões de jogadores. "São pessoas muito apaixonadas".

Durante a Brasil Game Show, a maior feira do setor no país e realizada no começo do mês de outubro em São Paulo, executivos de Sony e Microsoft, fabricantes dos dois videogames, concordaram que uma das tendências do mercado é jogos para assistir tanto quanto para jogar.

Lacoste concorda que games assim farão sucesso no futuro, já que o público busca por uma imersão cada vez maior. Mas ele alerta que o lançamento da Ubisoft tem um foco maior na jogabilidade.

"Uma das coisas mais legais é que podemos imergir em Londres durante a Revolução Industrial. Acho que seria muito bom você chamar sua família para assistir ao jogo enquanto você joga. Mas algumas vezes nos concentramos demais em missões violentas em vez de pensar na educação", diz.


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