Folha de S. Paulo


'Games para assistir' e realidade virtual são novas tendências para jogos

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Cena do game de tiro em primeira pessoa 'Destiny
Cena do game de tiro em primeira pessoa 'Destiny'

Sony e Microsoft, fabricantes do Playstation 4 e do Xbox One, respectivamente, são rivais no mercado de games, mas ambas concordam que o futuro a curto prazo está em jogos com maior imersão.

Ou seja, títulos com uma trama mais elaborada e, em muitos casos, que façam com que o jogador assista à ação tanto quanto controla os personagens.

"Olhando para a frente, vamos ver empresas fazendo jogos com mais história, com experiências mais imersivas, da mesma forma como é ler um livro ou assistir a um programa de TV", disse Phil Spencer, chefe da divisão Xbox da Microsoft à Folha durante a Brasil Game Show, maior feira do setor, realizada em São Paulo até esta segunda-feira (12).

Nesses games, a ação é intercalada entre o jogador movimentando o personagem e cenas em que ele tem pouco –ou nenhum– controle do que se passa; o game progride e cabe à pessoa apenas assistir ao que acontece antes de retomar o comando para resolver algum tipo de "puzzle" ou enfrentar um vilão.

Para Spencer, um exemplo de empresa que faz títulos assim é a Telltale, especializada em transportar séries de TVs famosas para o mundo de games. A companhia ganhou destaque com "The Walking Dead", que, em 2012, foi eleito o jogo do ano em diversas premiações.

"Jogos com alto grau de imersão têm caído no gosto do brasileiro", afirma Anderson Gracias, chefe da Playstation no Brasil. "'Destiny' surgiu do nada e explodiu. Se você falar imersão, realidade virtual, é algo que vai acontecer".

A outra aposta da indústria dos games para os próximos anos é a realidade virtual. Nesses games, os jogadores colocarão um óculos que permitirá ver em 360 graus o que está acontecendo.

Na BGS, é possível testar o Rift -desenvolvido pela Oculus- no estande da Nvidia, empresa que faz componentes para computadores. Um dos jogos disponíveis pela companhia para jogar é o "Eve: Valkyrie", de tiro entre naves especiais.

Apesar de os óculos serem pouco práticos -é preciso que um funcionário os coloque no usuário, o que pode ser um problema para quem for jogar sozinho quando o produto for lançado-, eles fazem com que o jogador se sinta de fato no espaço, acompanhando a guerra entre as naves.

Ao olhar para baixo, por exemplo, a pessoa vê as pernas do robô-personagem, na mesma posição em que estão as suas.

"No fim do demo, o personagem morre, não importa o que aconteça. A imersão é tanta que a gente viu algumas pessoas se sentindo mal com isso e um pouco desconfortáveis após testarem os óculos", afirmou Leo De Biase, gerente de marketing da Nvidia para a América Latina.


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