O escândalo envolvendo dirigentes e ex-cartolas do futebol internacional, presos em maio na Suíça, não prejudica a série de games que leva o nome da Fifa, nem sua nova versão, o "Fifa 16". É o que diz o produtor da Eletronic Arts, Sam Rivera, em conversa com a Folha na Brasil Game Show. A feira, maior do gênero na América Latina, abriu para o público nesta sexta-feira (9).
"Não vai afetar o game em nada, nem como ele será vendido", diz Rivera. "Somos completamente separados. Estamos concentrados no nosso trabalho. Não temos nada a ver com o que está acontecendo."
Ennio Leanza/EFE | ||
Joseph Blatter, presidente da Fifa envolvido em escândalo de corrupção, que foi suspenso por três meses |
Nesta quinta-feira (8), o Comitê de Ética da Fifa anunciou a suspensão, por três meses, do presidente da entidade, Joseph Blatter, e o presidente da Uefa, Michel Platini. De acordo com regras do comitê, a suspensão pode ser prorrogada por mais 45 dias.
Rivera participou de uma apresentação da Warner, distribuidora do "Fifa 16", em que a companhia afirmou esperar um crescimento de dois dígitos do mercado brasileiro de games, mesmo com a crise econômica.
JOGADORAS
A principal novidade do "Fifa 16" é a inclusão das seleções femininas, como a equipe brasileira. Para reproduzir o jogo delas, Rivera afirmou que a equipe da Eletronic Arts, desenvolvedora do game, assistiu às partidas da Copa do Mundo de futebol feminino, para entender como eram a movimentação e as táticas.
A empresa também precisou fazer a captura do movimento das atletas, já que a forma como uma mulher corre é diferente da de um homem. No resto, a mecânica do game entre homens e mulheres é bastante parecida.
"Vamos dizer que o Cristiano Ronaldo recebeu nota 30 de velocidade na nossa avaliação. A Marta ficou com 15. Construímos o jogo todo em cima desses dados. E essa a diferença nos valores muda todo o jogo, a animação das corridas, a dinâmica", diz.
Quanto à ausência de Flamengo e Corinthians, os dois times mais populares do país, que fecharam contrato de exclusividade com o concorrente "Pro Evolution Soccer", Rivera diz que gostaria de contar com todas as equipes.
"É como no futebol real. O Barcelona e o Real Madrid querem os principais jogadores. Mas não conseguem ter todo mundo. Nós queríamos contar com todos os atletas, da primeira, da segunda e da terceira divisão, mas nem sempre é possível", diz.