Folha de S. Paulo


Comportamento da pessoa depende da rede social em que ela está

Felipe Giacomelli/Folhapress
Rafael Grostein, Alexandre Inagaki e Alexandre Maron discutem comportamento nas redes sociais
Rafael Grostein, Alexandre Inagaki e Alexandre Maron discutem comportamento nas redes sociais

Uma mesma pessoa pode ser completamente diferente em duas redes sociais distintas, é o que afirma Mario Lemes, redator de mídias sociais que já trabalhou em campanhas para o Netflix e para a Warner Bros., nesta quarta-feira (23), no youPIX CON.

"No Facebook, é onde a família está, então a pessoa toma cuidado com o que vai postar. Tenho uma amiga que está no Snapchat e diz que a melhor coisa é não ter ninguém a julgando lá", disse.

"O Snapchat é uma espécie de festa do pijama", concorda Alexandre Inagaki, consultor de mídias sociais. "A pessoa acabou de acordar e coloca um vídeo que, em 24 horas, não estará mais disponível. No Facebook, ela está bonita e arrumada, quer impressionar. O Snapchat tem muito mais autenticidade."

O debate sobre como as pessoas se comportam nas redes sociais fez parte de uma mesa de discussão que tinha como objetivo encontrar uma maneira de os produtores de conteúdo conseguirem atingir o público, que está cada vez mais espalhado on-line.

Além de Lemes e Inagaki, também participaram da discussão Rafael Grostein, cofundador da Network Brasil, e Alexandre Maron, diretor de entretenimento digital da Editora Globo.

Eles chegaram à conclusão de que agora é necessário se preocupar com o que falar e com onde falar.

"É preciso entender muito bem qual a função de cada rede social. Para não acontecer igual a uma empresa aérea que construiu um ambiente de simulação de voo dentro de um videogame [o 'Second Life', que simula a vida real]", diz Inagaki.

O Twitter, por exemplo, funciona melhor como segunda tela, ou seja, quando é usado para acompanhar um programa de televisão com outros usuários. O Facebook atrai campanhas de uma forma um pouco mais séria.

Como diversas campanhas atingem mais de uma rede social, é comum haver uma historinha entre as diferentes plataformas.

"O público não pode assistir a um pedaço da campanha e não entender do que se trata", diz Grostein, cofundador da Network Brasil.


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