Folha de S. Paulo


Substituto do Internet Explorer olha para o futuro com problema antigo

Umas das principais novidades do Windows 10 é um novo navegador de internet. Diga adeus ao Internet Explorer, companheiro do Windows desde 1995. Receba o Microsoft Edge, que malandramente mantém a letra "E" em azul como o seu logo.

O Edge chegou para consertar um problema grave do Windows 8. No famigerado sistema, o usuário era confrontado com duas versões do Internet Explorer —uma para telas sensíveis ao toque e outra voltada para computadores tradicionais. E uma versão não conversava com a outra.

Se o usuário marcasse links favoritos ou deixasse abas abertas em uma versão, a outra não puxava essas ações. Dava trabalho manter os dois sempre falando a mesma língua. O Edge, ao contrário, funciona em qualquer situação, seja desktop ou modo tablet. Simplificou a experiência, principalmente para os donos de dispositivos híbridos.

O Internet Explorer só não foi completamente eliminado, pois existem muitos sites na web desenvolvidos com padrões antigos, que talvez não funcionem num navegador moderno. Nesse caso, o menu "Mais ações" tem a opção "abrir com Internet Explorer", o que garante uma sobrevida a sites horríveis de restaurantes.

Infográfico Fatia de mercado mundial - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

Apesar disso, o Edge também conta com alguns recursos modernos, com origem no mundo móvel. Existe uma opção para criar notas nas páginas de web, algo parecido com o que a Samsung criou com o Galaxy Note. Ao acionar o recurso, é possível escrever com caneta stylus e até com os dedos (em dispositivos com tela sensível, claro) ou adicionar uma caixa de texto. Isso depois vira um arquivo no One Note, o app de anotações da Microsoft.

Há também um modo de leitura, que elimina o layout e propagandas de sites, e um recurso de lista de leitura. Tudo já visto em apps e em navegadores concorrentes, como o Chrome (que botou em prática o recurso no último mês de fevereiro). Tudo, aliás, muito bem-vindo para o futuro dos navegadores da Microsoft.

Outro avanço que deve aliviar a vida de quem serve como consultor de tecnologia de parentes mais velhos é o fim ao suporte de barras de ferramentas. Nada de visitar a tia-avó e encontrar dezenas de barras do "Ask", do "Yahoo!" e de outras empresas ainda mais traiçoeiras.

Infelizmente, um dos recursos do Edge mais alardeados pela Microsoft ainda não chegou: o suporte a extensões de navegadores rivais, como o Chrome e Firefox. Ainda não tem data, mas deve chegar até o final do ano em alguma atualização.

Nos aspectos visuais, o Edge lembra o Chrome, quase todo branco e cinza e com alguns detalhes em azuis. A página inicial pergunta apenas para onde o usuário deseja ir e apresenta sugestões de algumas páginas.

Apesar de olhar para frente, o Edge ainda carrega um antigo problema do seu irmão mais velho, o Internet Explorer. Nos testes, ele estrangulou a memória do computador (um notebook com 8 Gbytes de memória e processador i7, da Intel). Bastaram 20 abas abertas para a máquina ter sua performance afetada.

O problema não é único do Edge –é cada vez mais comum encontrar usuários de outros navegadores reclamando de consumo excessivo de memória– mas incomoda começar uma nova era enroscado no passado. Ainda assim, o Edge aponta um bom caminho para a Microsoft. Deve ficar ainda melhor com atualizações.

Veja linha do tempo com a evolução do Windows.

Linha do tempo do Windows


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