Autoridades dos Estados Unidos e policiais de outros países, inclusive o Brasil e a Polícia Federal, fecharam o fórum on-line Darkode, utilizado por cibercriminosos em todo o mundo, e acusaram 12 pessoas ligadas ao site, informou o Departamento de Justiça dos EUA nesta quarta-feira (15).
Segundo a PF, foram cumpridos 62 mandados de prisão mundialmente. A Europol (polícia da União Europeia) afirma que 28 foram presos.
Cibercriminosos usavam o Darkode para negociar dados roubados (como números de cartão de crédito), assim como para utilizar ferramentas de hacking e de spam, e para obter conhecimento sobre métodos de ciberataques contra governos e companhias. O site só podia ser acessado por quem possuía convite, e era escondido por servidores de internet bem protegidos.
A autoridade brasileira diz que 18 países se envolveram na ação, incluindo Alemanha, Índia, Israel e Reino Unido, e que a maior parte dos investigados era da Romênia, país europeu que também cooperou.
Houve brasileiros investigados, mas a autoridade não divulgou quantos. A PF diz que eles possuíam "grande reputação entre os membros do fórum" e que alcançavam "os níveis mais especializados" do site. "Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, por associação criminosa, furto qualificado pela fraude, entre outras condutas criminosas", afirmou por meio de comunicado.
O procurador norte-americano David Hickton anunciou as acusações em Pittsburgh, e classificou o Darkode como "um vespeiro on-line de hackers criminosos".
"Dos cerca de 800 fóruns criminosos na internet no mundo todo, o Darkode representava uma das mais graves ameaças à integridade de dados em computadores nos EUA", disse.
O FBI e promotores de Pittsburgh lideraram a investigação, conhecida como "Operação Horizonte Encoberto", a qual incluiu autoridades como Europol, a polícia europeia, e agentes de 20 países da Europa e da América Latina, assim como Israel, Nigéria e Austrália.
O Departamento de Justiça disse que 12 pessoas foram acusadas, principalmente nos Estados Unidos, no que chamou de maior esforço coordenado internacional de agências policiais já realizado contra um fórum on-line.
A investigação continua, à medida que autoridades apuram um total de 70 membros e associados do Darkode em todo o mundo, segundo o Departamento de Justiça.