Folha de S. Paulo


Usuários vão poder remover fotos íntimas das buscas do Google

Usuários que tiverem imagens íntimas divulgadas sem autorização –prática conhecida como "revenge porn" ou "pornografia de vingança"– poderão pedir ao Google que o conteúdo seja removido de seu sistema de busca.

Isso não significa que sites desse tipo não existirão mais, e sim que será mais difícil encontrá-los.

"Nossa filosofia sempre foi de que buscas deveriam contemplar toda a internet", publicou o vice-presidente sênior do Google Search no blog da empresa, na semana passada. "Mas imagens de 'revenge porn' são extremamente pessoais e prejudiciais emocionalmente, e servem apenas para degradar as vítimas –em sua maioria mulheres."

Com a nova política, funcionará assim: a vítima ou um representante preencherá um formulário (que será disponibilizado em algumas semanas) e informará quais endereços eletrônicos devem ser removidos das listas de pesquisa do Google.

A partir daí, a empresa vai avaliar o pedido, verificar se é mesmo aquela pessoa nas imagens e eventualmente fazer a retirada.

Michael Stravato - 6.set.2013/The New York Times
Marianna Taschinger, 18, que teve fotos postadas na rede pelo ex-noivo
Marianna Taschinger teve fotos postadas pelo ex-noivo em um site de 'revenge porn' aos 18 anos

O critério para a exclusão será "imagens e vídeos de nudez ou conteúdo sexual explícito", mas o modo como esse material será analisado não foi divulgado, já que o formulário ainda está em fase de testes.

E a remoção só será feita quando houver um pedido formal porque, segundo assessoria da companhia, "o Google não é juiz" para determinar quando a divulgação da imagem foi consentida ou não.

"Nós sabemos que isso não resolverá o problema do 'revenge porn' –não podemos, é claro, remover essas imagens dos próprios sites–, mas esperamos que cumprir esses pedidos ajude", escreveu o representante da empresa.

TWITER

O Google não foi o primeiro a tomar uma medida contra a divulgação de imagens sexuais sem autorização. Em março, o Twitter também mudou suas regras para banir a prática.

"Você não pode publicar fotos íntimas ou vídeos que tenham sido feitos ou distribuídos sem o consentimento da pessoa que aparece neles", diz agora uma das linhas dos "Limites de Conteúdo e Uso" do site.

Diferentemente do Google, no caso do Twitter apenas a vítima ou seu representante legal podem fazer o pedido de remoção à companhia.

Aqueles que postaram o conteúdo –e inclusive os que o compartilharem– também podem ter suas contas bloqueadas.


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