Folha de S. Paulo


Óculos de papelão para ver conteúdo 3D com celular ganham nova versão

Justin Sullivan/AFP
Participante da Google I/O testa o Cardboard no evento
Participante da Google I/O testa o Cardboard no evento

O Google avançou nesta semana em suas ambições em realidade virtual ao anunciar uma nova versão do dispositivo Cardboard, que usa papelão para tornar um smartphone um visualizador de conteúdo em 3D, e uma parceria com a GoPro para a criação de aparato para filmar vídeos do tipo.

O adaptador de realidade virtual do Google agora comporta celulares com tela de até 6 polegadas (anteriormente, o limite eram 5), com o sistema Android ou, a partir do anúncio, também iPhones.

O processo de montagem também foi simplificado e agora toma só três etapas depois do corte do papel (veja instruções no site do projeto).

Para os interessados em criar vídeo "imersivo", a empresa, com a fabricante de câmeras para esportistas radicais GoPro, venderão a partir do verão no hemisfério norte (entre junho e setembro) um suporte circular para 16 filmadoras que gravam e são controladas simultaneamente. O preço não foi divulgado.

Só então a empresa vai liberar, também, o documento técnico com as informações geométricas necessárias para a fabricação caseira desse mesmo suporte. Um software de processamento de vídeo do tipo está sendo distribuído para "estúdios selecionados" no mundo, segundo a companhia.

O Google, assim, aperta o passo na corrida pela realidade virtual, em que tem como adversários o Facebook, a Microsof, a Samsung e a Sony.

No começo deste mês, a rede social –que adquiriu a empresa Oculus de realidade virtual– revelou que lançará seu aparelho Rift no começo do ano que vem.

Em uma demonstração do que o conteúdo pode fazer pela educação, a companhia anunciou que vem testando em cerca de cem escolas nos EUA, no Reino Unido e em países subdesenvolvidos o que chama de Expeditions, "excursões pelo mundo sem sair de casa", como definiu Clay Bavor, vice-presidente de produtos do Google, durante o anúncio, no evento para desenvolvedores Google I/O, em San Francisco.

O professor comanda por meio do smartphone a cena em que a sala está está no momento, seja no Himalaia, Galápagos ou na Muralha da China, e pode fazer explicações e questionamentos aos alunos.

Outro emprego para a realidade virtual seria visitas a museus e exposições artísticas ou estudos relacionados astronomia. A empresa está trabalhando para isso em conjunto com a Planetary Society, o American Museum of Natural History e o Palácio de Versalhes.

Segundo Bavor, há cerca de 1 milhão de usuários do Cardboard original, lançado no ano passado, e aproximadamente cem aplicativos compatíveis. Boa parte deles é relacionada a games ou "passeios" por um cenário sem muita sofisticação.

O repórter YURI GONZAGA viajou a convite do Google


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