Folha de S. Paulo


Sabe quem define o que aparece na sua linha do tempo da rede social?

Qualquer usuário do Facebook já percebeu que nem todas as novidades dos amigos ou atualizações das páginas curtidas aparecem na linha do tempo. Enquanto dezenas de teorias responsabilizam a rede social e seu algoritmo por isso, que censurariam parte do conteúdo, o verdadeiro responsável por essa seleção seria o próprio usuário.

De acordo com um estudo publicado na revista "Science" por três pesquisadores da Universidade de Michigan que são funcionários do Facebook, é a própria pessoa quem acaba selecionando, a partir de suas interações na rede social, os conteúdos que aparecem para ela na rede social. Com isso, ela evitaria se expor a temas que vão contra seu pensamento e suas ideias.

Como a plataforma pretende mostrar cada vez mais aquilo que o usuário deseja ver, isso poderia gerar uma "bolha" ideológica no Facebook, em que dificilmente alguém seria exposto a opiniões diferentes. Se isso acontece ou não, diz o estudo, a responsável seria a própria pessoa —e não o site.

No ano passado, a pesquisa analisou mais de 10 milhões de perfis, o viés ideológico e a preferência política de cada um, assim como as notícias compartilhadas por eles, e cruzou com a informação de quais conteúdos apareceram em suas linhas do tempo.

A conclusão é que a escolha individual seria mais importante do que o código do site na hora de limitar a exposição a conteúdos que desagradariam o usuário.

O algoritmo do Facebook que define o que aparece na linha do tempo seria responsável por uma mudança de 1% na proporção de notícias que desafiariam as crenças dos usuários. Já as escolhas pessoais, por sua vez, produziriam uma mudança de quatro pontos percentuais nessa proporção.

Filipe Rocha/Editoria de Arte/Folhapress

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