Folha de S. Paulo


App de vídeo ao vivo explode em popularidade, e Twitter tenta cerceá-lo

O Meerkat, recém-lançado aplicativo de transmissão em tempo real de filmagens usando o iPhone (baixe), chamou a atenção da comunidade tecnológica nesta semana depois de o Twitter, rede social em que se baseia, ter "cortado relações" com o app.

Segundo a rede social, o aplicativo lançado no dia 27 de fevereiro infringiu suas condições de uso ao abusar da estrutura do chamado "social graph", que permite a outras empresas lançarem mão das informações do Twitter para construir um outro serviço.

Agora, algumas das funções do Meerkat foram desabilitadas, como alertas instantâneos para o início de uma transmissão.

Divulgação
Imagens de divulgação do app Meerkat
Imagens de divulgação do app Meerkat

A rápida ascensão em popularidade do Meerkat ("suricate" em inglês, a espécie de marsupial a que pertence o personagem Timão, de "O Rei Leão") tem a ver com o festival SXSW (South by Southwest), de cultura e tecnologia, realizado no Texas até o domingo (22).

"Toda conversa acaba em Meerkat", tuitou um dos jornalistas do "TechCrunch", Josh Constine.

Outros apps, como o Foursquare e o próprio Twitter, também tiveram como "berço" o SXSW.

Segundo a empresa, que tem 11 funcionários, a base de usuários do app chegou a crescer 30% em uma só noite, entre a sexta (13) e o sábado (14) da semana passada, logo depois de ter sido publicado que o Twitter tinha "retaliado" o Meerkat.

Enquanto alguns criticaram a atitude da gigante rede social, outras criticaram o modelo de operação do Meerkat, considerado um aplicativo "parasita" ou que "pega carona" no Twitter.

Em janeiro, o Twitter adquiriu uma start-up de vídeo que faz exatamente o mesmo que o Meerkat, chamada Periscope, compra que algumas pessoas associaram ao cerceamento do app do momento.

"Um triste dia para a comunidade de desenvolvedores do Twitter, que constrói produtos incríveis e que nos ajudam a nos conectar uns com os outros", disse usando a rede social o presidente-executivo do Meerkat, Ben Rubin. "Este é só o começo. A revolução será transmitida ao vivo."

COMO FUNCIONA

O Meerkat tem ideia semelhante à do serviço TwitCasting (usado pela Mídia Ninja), um pouco com a do Twitch (para gamers) e até a do finado site Justin.tv.

Ele transmite o conteúdo ao vivo, e o vídeo não pode ser mantido no celular de quem o recebe –só no do autor. Não há replay. As transmissões são públicas, e "assina" o canal quem quiser.

Alguns veem nesse tipo de serviço o "futuro do jornalismo" ou ao menos uma potente ferramenta para um "jornalismo cidadão".

Outros, como o articulista do site "VentureBeat" Chris O'Brien (que comparou o o app ao Snapchat, de fotos que se autodestroem), disseram não ver sentido na tecnologia, que seria só mais uma febre efêmera.


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