Folha de S. Paulo


Metade dos apps de paquera tem acesso a dados bancários de usuário

Quem baixa aplicativos de relacionamento em busca de um namoro pode estar abrindo caminho para um hacker. Segundo pesquisa da IBM, 63% dos 41 apps mais populares da categoria possuem falhas de médias a graves nos mecanismos de segurança –49% têm acesso aos dados bancários de seus usuários.

Em muitos casos, o próprio aparelho do usuário pode ser invadido. De acordo com a pesquisa, cerca de um terço desses aplicativos permite acesso à câmera do celular. A localização também pode ser facilmente identificada, uma vez que 73% têm os dados de GPS do usuário.

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Pesquisa da IBM identificou falhas graves de segurança em apps populares de relacionamento
Pesquisa da IBM identificou falhas graves de segurança em apps populares de relacionamento

Com base nessas informações, um hacker pode roubar dados do cartão de crédito, enviar vírus disfarçados de notificações, descobrir o endereço da casa e do trabalho do usuário ou mesmo espionar por meio da câmera, alerta o estudo.

Outro risco é o roubo de perfil –o hacker pode se passar pelo usuário, alterando suas informações e mandando mensagens para seus contatos.

PREVENIR

Para se prevenir sem abandonar os encontros, Felipe Penaranda, líder em segurança da IBM para a América Latina, recomenda fazer o download de fontes confiáveis, como a Google Store e a Apple Store. Um segundo passo é sempre ler as permissões requisitadas pelo aplicativo, para saber a exatamente o que ele terá acesso no seu dispositivo.

Penaranda também orienta o usuário a não revelar informações muito particulares, como onde mora e trabalha. Usar uma conexão wi-fi confiável é outro elemento importante de segurança. "No Brasil, um comportamento comum é as pessoas se conectarem à primeira rede que aparece na tela", afirma –com a conexão sendo segura ou não.

REMEDIAR

Se o usuário notar algum incidente –como movimentações na sua conta bancária– depois de ter baixado o aplicativo, a recomendação é desinstalá-lo imediatamente. Caso seja um celular corporativo, a orientação é procurar a empresa, que deve ter um procedimento de segurança. Segundo a pesquisa, em metade das empresas, os funcionários acessam os aplicativos por meio de dispositivos corporativos.

Segundo Penaranda, ainda não foram identificados no Brasil incidentes relacionados diretamente aos aplicativos de relacionamento, mas em outros países –principalmente nos Estados Unidos– o problema já acontece.


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