A Apple deletou do iPod de usuários musicas que haviam sido baixadas em serviços concorrentes ao iTunes entre 2007 e 2009, de acordo com informações do "Wall Street Journal".
A notícia foi revelada na quarta-feira (3) em um tribunal por advogados de um grupo de indivíduos e empresas que conduz um processo antitruste contra a Apple.
Segundo o advogado Patrick Coughlin, se um usuário baixava uma música de um serviço rival e tentava sincronizar seu iPod com a biblioteca do iTunes, a Apple exibia uma mensagem de erro e instruía-o a restaurar as configurações de fábrica do aparelho.
Quando isso era feito, a música baixada anteriormente desaparecia da lista sem que o usuário fosse notificado.
Os reclamantes do processo, que já se estende por cerca de uma década, alegam que a Apple abusou de uma posição de monopólio no mercado de reprodutores de música digital e querem US$ 350 milhões em indenizações –valor que pode ser triplicado sob leis antitrustes.
DEFESA
A Apple defendeu-se dizendo que a atitude era uma legítima medida de segurança. Segundo o diretor de segurança da companhia, Augustin Farrugia, a empresa não oferecia explicações mais detalhadas por "não querer confundir os usuários" com muita informação.
Farrugia acrescentou que ataques hackers no passado fizeram com que a Apple ficasse paranóica em relação à proteção do iTunes. Para ele, atualizações que deletavam músicas de rivais tinham como objetivo proteger os consumidores.
Evidências sobre este medo apresentadas durante o caso incluem um e-mail de Steve Jobs em que dizia "Alguém está invadindo a nossa casa".