Folha de S. Paulo


Proteste critica frete alto e previsão de entrega de produtos da Black Friday

A quinta edição da Black Friday no Brasil, até o momento, mostrou uma melhora em qualidade em relação aos anos anteriores. Mas ainda deixa a desejar, avalia a porta-voz da Proteste (Associação Brasileira do Consumidor) Maria Inês Dolci.

Em comunicado, a entidade de defesa do direito do consumidor diz não ter detectado comportamento abusivo das lojas participantes.

No entanto, admite que problemas como dificuldade de acesso aos sites, necessidade de cadastro prévio para aproveitar promoções e descontos abaixo do prometido, entre outros, prejudicaram a experiência dos consumidores.

O site Reclame Aqui, que reúne e divulga queixas de consumidores contra empresas, recebeu mais de 2.000 reclamações referentes à Black Friday entre a noite desta quinta (27) e esta sexta-feira (28).

Alguns consumidores também reclamaram do frete caro e do prazo de entrega demorado dos produtos. Há casos em que a previsão de entrega é de até 50 dias úteis. Quem pensa em comprar para o Natal deve ficar atento a isso.

FRETE NAS ALTURAS

Na tentativa de adquirir uma cama de casal cujo preço havia caído de R$ 330 para R$ 300 no site das Lojas Americanas, Bárbara Muñoz, moradora de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, se deparou com uma taxa de entrega de R$ 116.

Seu produto ainda estava previsto para ser entregue em 32 dias úteis. Mas, segundo ela, foi o alto valor do frete mesmo que a fez abrir mão da compra. A experiência se repetiu numa outra simulação de compra.

"Desisti de comprar qualquer coisa nesta Black Friday", disse ela, que também encontrou discrepâncias entre o preço anunciado e o valor final de um produto em outro site.

Segundo Maria Inês, esses problemas refletem a falta de planejamento das empresas. "Elas precisam se programar melhor, de modo que não precisem subir o preço do frete para compensar a alta demanda por transportadoras nesta época do ano."

"No caso de frete e prazos de entrega absurdos, o melhor a fazer é não comprar", recomenda.


Endereço da página:

Links no texto: