Folha de S. Paulo


Black Friday tem 'selo antifraude' e lista de 450 sites a serem evitados

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Selo Black Friday Legal dá credibilidade às lojas durante evento de compras
Selo Black Friday Legal dá credibilidade às lojas durante evento de compras

Mais de 700 lojas participantes da Black Friday, marcada para próxima sexta (28), se inscreveram para receber o selo Black Friday Legal –um "código de ética" em que as vendedoras se comprometem a praticar ofertas reais, sem maquiagem de preços.

Foram aprovados na análise 412 lojas on-line –outras 322 estão com o pedido pendente, pois ainda precisam fazer alguma adaptação em seus sites. Cinco lojas não conseguiram o selo.

Criado no ano passado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o Black Friday Legal ajuda o consumidor a identificar lojas com credibilidade na hora de fazer as compras durante o dia de descontos.

O número de inscritos surpreendeu a própria Câmara: no ano passado, apenas 123 lojas se cadastraram no programa, e o órgão esperava um crescimento de no máximo 25% para 2014.

Os empreendimentos que desejam aderir ao programa estão passando por um processo de análise cadastral, e os aprovados devem ser divulgados até quinta-feira (27).

Segundo a Câmara, a análise verifica dados cadastrais da empresa, como CNPJ e Razão Social ativos na Receita Federal, se a loja disponibiliza informações de contato e se consta na lista de reclamações do Procon.

METADE DO DOBRO

A maquiagem de preços costuma ser um dos principais alvos de reclamações dos consumidores durante a Black Friday no Brasil.

A prática consiste no aumento do valor de um produto poucos dias antes da data da promoção, com o objetivo de oferecer um "desconto" que deixa o preço igual ou superior ao valor não promocional.

Segundo o site "Reclame Aqui", das 8.500 reclamações recebidas pelo portal na Black Friday do ano passado, 27% foram referentes à maquiagem de preços.

O Procon-SP também cita essa fraude entre os tipos frequentes de reclamação feita ao órgão durante a última edição –foram 302 denúncias recebidas.

O órgão de defesa do consumidor disponibiliza uma lista de 450 sites que devem ser evitados –não só durante a Black Friday– por, após reclamações de clientes, não terem sido encontrados ou não terem respondido a notificações do Procon-SP.

OUTROS PROBLEMAS

No levantamento feito pelo "Reclame Aqui", a grande maioria das reclamações sobre o evento de 2013 dizem respeito à falta de estoque dos produtos ofertados –46% dos protestos registrados.

A lentidão e dificuldade para acessar os sites também foi bastante citada, sendo motivo de revolta de 21% dos usuários.

As lojas eletrônicas mais apontadas nas denúncias foram Extra, Submarino e Ponto Frio, diz a pesquisa, sem revelar o tipo de reclamação que predominou em cada vendedora.

Em nota, o Extra e o Ponto Frio, ambos pertencentes ao Grupo Pão de Açúcar, disseram à Folha que "as companhias vêm se preparando há cerca de 1 ano para a data, com o objetivo de promover melhorias continuas nos processos adotados por todas as áreas".

"Além do SAC e dos canais de rede sociais, o Extra.com.br e o Pontofrio.com contam com departamento de Ouvidoria, o que resulta na melhoria da qualidade de atendimento ao consumidor", posicionou-se o grupo, que é também signatário do Black Friday Legal.

O Submarino não se manifestou sobre o assunto.


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