Folha de S. Paulo


Apple incluirá serviço de música no iPhone

A Apple vai adicionar o serviço de música por assinatura Beats Music ao seu sistema operacional no começo do ano que vem, disponibilizando-o instantaneamente para centenas de milhões de iPhones e iPads -e colocando pressão sobre o Spotify, líder do mercado na área.

A inclusão da ferramenta em uma atualização do iOS pode ocorrer em março, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

A jogada representa a primeira tentativa da Apple de tirar proveito da Beats desde que adquiriu a fabricante de fones e serviço de música por assinatura do rapper Dr. Dre por US$ 3 bilhões, em maio.

Também será a primeira grande investida da empresa em música por assinatura, que vem em um momento de queda de downloads na loja do iTunes e declarações negativas de celebridades -como
Taylor Swift- a respeito desse tipo de negócio. A Apple se recusou a comentar.

A base de compradores ativos de músicas da Apple impede o crescimento dos outros serviços, de acordo com a consultoria Midia Research, que estima que o iTunes tenha 200 milhões de usuários ativos atualmente. A consultoria calcula que o Beats Music tenha apenas 110 mil assinantes atualmente.

A Apple pagou US$ 3 bilhões pela Beats para tentar reestabelecer sua liderança em música digital, posição que minguou com a queda nas vendas de iPods e dos downloads no iTunes.

O renovado Beats Music vai operar em um modelo de pagamento por assinatura. O serviço, que deve ser rebatizado com o selo do iTunes, será parte de uma tripla estratégia da Apple com música ao lado dos downloads e do iTunes Radio, lançado em 2013. O trio vai desafiar não apenas o Spotify, que possui mais de 10 milhões de assinantes, mas outros rivais, como Pandora e SoundCloud.

A Apple está se preparando para começar a vender relógio inteligente Apple Watch na próxima primavera no hemisfério Norte (entre 20 de março e 21 de junho no Brasil), o que pode estar relacionado com o novo investimento na área de música.

Mais cedo neste ano, a fabricante do iPhone utilizou a habilidade de empurrar conteúdo à sua vasta base de usuários ao adicionar o aplicativo iBooks no lançamento do iOS 8, em vez de pedir aos usuários que baixassem a ferramenta na App Store.

A empresa também causou polêmica entre músicos e clientes ao instalar o novo álbum do U2 em milhões de dispositivos.

O Spotify também tem travado negociações com marcas como a HTC e operadoras de telecomunicação como a britânica Vodafone para ser incluído em dispositivos.

Mas nenhuma delas pode alcançar a dimensão da base de clientes da Apple. A companhia disse em junho que, até a data, havia vendido mais de 800 milhões de iPhones, iPads e iPods Touch.

Robyn Beck - 9.mai.14/afp
Fones de ouvido da Beats, companhia comprada pela Apple por US$ 3 bilhões em maio
Fones de ouvido da Beats, companhia comprada pela Apple por US$ 3 bilhões em maio

GOOGLE

O Google, concorrente direto da Apple em vários setores, também investe pesado na área: a empresa lançou nesta segunda (17) no Brasil seu serviço de streaming musical Play Music All Access por R$ 14,90 mensais, mesma faixa de valor cobrada pelos concorrentes como Rdio, Deezer e Spotify.

O site do lançamento é play.google.com/music. Também há aplicativos para Android e para iOS.

O All Access tem 30 milhões de músicas, segundo o Google, um número equiparável ao dos concorrentes.

Uma vantagem do All Access em relação a competidores é a possibilidade enviar as próprias músicas para a "nuvem", para que sejam escutadas como se fossem parte do catálogo do serviço.


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