Folha de S. Paulo


'The Sims 4' é divertido, mas lacunas podem incomodar veteranos

Vestimentas casuais: ok. Tatuagem: tribal. Cor do cabelo: verde. Maçãs do rosto: volumosas. Área de abertura das narinas: pequena. Mais algumas alterações depois, meu personagem no "The Sims 4" estava criado.

Foram 52 minutos para moldar o Oliver do jeito que eu queria. O novo título da franquia continua disponibilizando centenas de opções de personalização e oferece ferramentas de edição mais potentes e intuitivas (enfim adicionaram a capacidade de buscar roupas e acessórios).

"The Sims 4" tem gráficos aprimorados, interface polida e não requer muita potência do seu computador. Assim como os antecessores. Além disso, há novos recursos que aproximam ainda mais o jogo da realidade.

Os "sims" (como são chamados os personagens do game) estão mais inteligentes: possuem mais autonomia para fazer o que bem entendem sem a manipulação do jogador e, pela primeira vez em 14 anos, podem realizar duas tarefas ao mesmo tempo, como correr na esteira e conversar com um amigo.

O sistema de emoções está mais complexo: agora, ele permite desbloquear ações temporárias determinadas por sentimentos. Por exemplo, quando um "sim" está envergonhado, pode se esconder debaixo dos lençóis da cama para fugir de um embaraço. Quando está triste, pode espalhar a melancolia.

Outra novidade interessante é a Galeria, que fortalece o senso de comunidade da franquia. É um acervo on-line constituído de criações compartilhadas pelos jogadores, que podem fazer o download de personagens e casas de outrem e inseri-los em seus próprios mundos.

LIMITAÇÕES

Mas, ao mesmo tempo em que dá um passo à frente, a quarta edição do simulador de vida da Maxis tira parte da liberdade conquistada pelos jogadores de longa data.

A começar pelas restrições do mundo do game. Sempre que um "sim" se desloca para outro local na cidade –seja a casa do vizinho, o parque ou a academia–, o jogador enfrenta telas de carregamento. Na última edição, o mundo era aberto, desfragmentado, e tudo e todos, diretamente conectados.

Fãs também sentirão falta da possibilidade de aplicar inúmeras texturas (além daquelas criadas por eles mesmos) às roupas dos personagens ou à mobília das casas no modo de edição: o novo "The Sims" permite apenas personalizar as cores dos objetos.

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Por último, seus "sims" não podem ter carros e os recém-nascidos se transformam, magicamente, em crianças de dez anos sem passar pela fase inicial de desenvolvimento. Também faltam piscinas, mas tudo indica que elas serão inclusas no game numa atualização gratuita em novembro.

Essas limitações não devem ser um problema para novos adeptos da franquia, mas podem incomodar os veteranos. Expansões futuras devem tapar outros buracos do jogo. Apenas se prepare para desembolsar mais dinheiro na série caso queira os complementos.


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