Folha de S. Paulo


Motorola lançará Moto 360 por R$ 899 no Brasil; leia teste

O Moto 360, que será lançado em outubro no Brasil por R$ 899 (preço posteriormente baixado para R$ 799), é bonito e chega a ser útil, dentro das possibilidades de um relógio inteligente que serve basicamente só de "atalho" para o celular.

Por outro lado, a precária duração da bateria –que obriga o usuário a fazer a recarga todos os dias– e aplicativos ausentes ou mal acabados tornam esse "smartwatch" uma compra justificável só para os aficionados e os exibicionistas.

Pode-se dizer isso é em grande parte "culpa" do Google, responsável pelo software. O sistema Android Wear é novo e promissor, mas não faz pareamento com iPhones (só com celulares com Android na versão 4.3 ou mais nova) e tampouco tem funções maduras e com serventia que não supérflua.

É conveniente poder olhar as notificações de mensagens no pulso, mas não dá para valer-se do Moto 360 para respondê-las, já que o reconhecimento de voz não entende pontuação e muitas vezes interpreta as palavras errado.

São boas as informações do Google Now, como previsão do tempo e resultados de partidas de futebol, mas elas não vão muito além disso.

Fazer pesquisas usando o microfone embutido no Moto 360 pode ser frustrante: há respostas prontas só para perguntas específicas ("qual a idade do Pelé?", "que horas são em Tóquio?") e a página de resultados é restrita a três links –que só podem ser abertos no celular.

O aplicativo de GPS tem navegação curva a curva e é muito bom para ciclistas, mas não é menos distrativo para um motorista do que usar o smartphone, já que este tem orientação por voz, ausente no Moto 360 (assim como qualquer outro som: não há alto-falantes).

Comandos de voz, como "navegar para casa" ou "enviar e-mail" podem resultar em frustrantes mal-entendidos.

Desconectado de um celular, aliás, o aparelho vira um relógio convencional, mas com contador de passos.

RECARGA

O lado bom das limitações de software é que elas tendem a ser amenizadas ou totalmente corrigidas ao longo das atualizações do sistema. A duração da bateria, por sua vez, fica quase sempre igual.

É preciso recarregar o Moto 360 todo dia.

Por mais que a tecnologia de indução permita que o relógio seja alimentado ao repousar sobre uma base (durante cerca de 1h30min), a tarefa é desagradável.

VISUAL

A Motorola peca no sensor que detecta a frequência cardíaca, que falha repetidamente e tem utilidade questionável, mas, de resto, o hardware é muito bom.

A tela redonda de 1,56 polegada poderia ter resolução maior (são 320 pixels por 290 pixels), mas é bonita e tem boa visibilidade ao sol. Por algum motivo, há uma faixa não visível na parte de baixo, mas isso não atrapalha.

A pulseira de couro, que é intercambiável, deve agradar à maioria. Nos EUA, ela acompanhará o "smartwatch" na versão mais barata (US$ 249 ou por volta de R$ 600) em alternativa ao que vem com pulseira de inox (US$ 299).

Para quem tem pulso fino, o Moto 360 pode ficar grande. Em comparação a relógios masculinos, porém, ele chega a ter dimensões um pouco inferiores que grande parte. Seu peso é de 49 g.

É um aparelho muito atraente –para o bem e para o mal–, mas, ao menos por enquanto, pode repelir quem tem orçamento limitado.


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