Folha de S. Paulo


Criado em 1987, formato GIF ainda é popular de piadas a sites de notícias

Sandro Falsetti/Editoria de Arte/Folhapress

Em maio de 1987, o caderno "Informática", da Folha, publicou: "A linguagem que o cinema vinha desenvolvendo foi transferida para a televisão e acabou desembocando no vídeo" –celebrado então como o último avanço tecnológico. Ironia: naquele mesmo mês, estava sendo inventado em segredo o formato que, décadas depois, desafiaria os outros na internet.

Sim, o GIF (sigla em inglês para "formato para intercâmbio de gráficos") já é um jovem prestes a completar 27 anos de idade. Mas só agora seu potencial de comunicação está sendo explorado ao máximo, tanto por sites de entretenimento como por páginas noticiosas.

No início dos anos 1990, as imagens produzidas nessa extensão eram usadas na internet por dois motivos principais. Primeiro, possibilitar que elementos estruturais da página, como banners, fossem animados. Segundo, garantir mais cores sem comprometer o carregamento.

Assim como acontece hoje, arquivos pesados demoravam para carregar. A diferença é que nos anos 90 a velocidade da internet era pelo menos 20 vezes menor, obrigando que os arquivos fossem ainda mais enxutos.

No caso das imagens coloridas, no padrão 8-bit –que é capaz de exibir 256 cores–, a exigência de que os arquivos tivessem tamanhos ínfimos era um problema, já que a tendência era de os formatos do tipo serem grandes demais para as conexões.

SOLUÇÃO

Essa foi a razão por que o engenheiro Steve Wilhite inventou o GIF, que se tornou o padrão de imagem 8-bit. Ele atingiu o objetivo ao programar uma extensão em que as cores poderiam ser exibidas sem aumentar demais o tamanho do arquivo. Logo, o fato de os GIFs serem animados não era a meta principal.

Hoje, porém, esse é seu principal trunfo. Os GIFs acabam sendo "concorrentes" dos vídeos, mais demorados para carregar. Nos EUA, o sucesso vai de gregos –em sites declaradamente republicanos, como Daily Caller– a troianos –páginas democratas de carteirinha, como a Think Progress.

Os GIFs também têm sido usados em coberturas de eventos esportivos, mas por outro motivo: direitos autorais. Como as transmissões de televisão costumam ser restritas a uma única rede, sites são proibidos de utilizar trechos de vídeos. As imagens animadas caem em uma zona cinzenta desse problema.

Agora, pesquisadores do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts) defendem que o GIF pode ser considerado uma linguagem única, independente de idiomas. Enquanto isso, os usuários usam aplicativos para criar e compartilhar suas próprias imagens animadas.

Filipe Rocha/Editoria de Arte/Folhapress
Arte sobre como montar seu próprio GIF.

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