Folha de S. Paulo


Facebook vai comprar WhatsApp por US$ 16 bilhões

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Site do WhatsApp, serviço de mensagens instantâneas que será comprado pelo Faceboook
Site do WhatsApp, serviço de mensagens instantâneas que será comprado pelo Faceboook

O Facebook anunciou nesta quarta-feira (19) que vai comprar o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp por US$ 16 bilhões. A aquisição, a maior já feita pela empresa, será concretizada com US$ 4 bilhões em dinheiro e US$ 12 bilhões em ações da rede social.

O acordo pode chegar a US$ 19 bilhões, pois prevê um adicional de US$ 3 bilhões em ações que podem ser adquiridas pelos fundadores e funcionários do WhatsApp nos próximos quatro anos.

A ação do Facebook encerrou o pregão, em Nova York, em alta de 1,13%, negociada a US$ 68,06. Após o anúncio, segundo a Bloomberg, o papel caiu 5,7% no pregão eletrônico, indo a US$ 64,18. A previsão é de abertura em baixa amanhã.

O comunicado do negócio indica que o WhatsApp é usado por 450 milhões de pessoas por mês –70% delas diariamente– e registra 1 milhão de novos usuários por dia. Segundo o Facebook, que informa ter 1,23 bilhão de usuários no mundo, o serviço operará de forma independente.

A última grande aquisição do Facebook foi a rede social de fotografia Instagram, em abril de 2012, por US$ 1 bilhão.

"O WhatsApp está prestes a conectar 1 bilhão de pessoas. Os serviços que atingem esse marco são todos incrivelmente valiosos", afirmou Mark Zuckerberg, fundador e executivo-chefe do Facebook, no anúncio oficial da aquisição.

Zuckerberg escreveu ainda, em sua página na rede social, que o WhatsApp vai complementar os serviços atuais de chat e mensagem do Facebook.

"O Facebook Messenger é largamente usado para bater papo com amigos do Facebook, e o WhatsApp, para se comunicar com todos os seus contatos e com grupos pequenos de pessoas. Já que o WhatsApp e o Messenger servem para usos tão diferentes e importantes, continuaremos a investir em ambos", postou.

Jan Koum, cofundador e executivo-chefe do WhatsApp, afirmou no blog oficial da empresa que não haverá "anúncios interrompendo a sua comunicação" após a compra do aplicativo pelo Facebook.

Atualmente, o aplicativo gera receitas ao cobrar pela instalação no iPhone (US$ 0,99) e, dos usuários do Android (sistema operacional do Google), com anualidade de US$ 0,99 após o primeiro ano.

Fundado em 2009 por dois ex-funcionários do Yahoo!, o WhatsApp tem atualmente uma equipe de 55 pessoas.

Outro popular aplicativo de mensagens no mundo, o Viber, foi comprado na semana passada. A Rakuten, empresa de e-commerce e internet japonesa, pagou US$ 900 milhões.

O diretor e cofundador da companhia japonesa, Hiroshi Mikitani, disse na ocasião que "aplicativos de mensagens estão tomando conta do mundo".

SMS x APPs

A nova compra ocorre em meio à luta do Facebook para manter os mais jovens na base de seus usuários, que cada vez mais se tornam adeptos dos serviços de mensagens.

Além do WhatsApp, o Snapchat, que envia mensagens que se destroem segundos após lidas, foi alvo da rede social no fim do ano passado. O executivo-chefe do serviço, Evan Spiegel, recusou uma proposta de US$ 3 bilhões.

O aumento do uso de aplicativos do tipo preocupa as operadoras de telefonia no mundo, que ameaçam as receitas com o serviço de SMS.

Segundo estudo da empresa de pesquisa Strategy Analytics, divulgado em janeiro, a receita com mensagens das operadoras globais caiu pela primeira vez no ano passado, atingindo US$ 104 bilhões, baixa de 4% na comparação com 2012. A previsão é de uma queda de 20% até 2017.


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