Folha de S. Paulo


Estudo alerta para método de hackear webcam e filmar vítima sem que ela perceba

Se você está sentado à frente do computador lendo isto, sorria, você pode estar sendo filmado. Na verdade, não sorria.

Na semana passada, pesquisadores do departamento de ciência da computação da Universidade Johns Hopkins demonstraram uma brecha que permite a um hacker tomar o controle de alguns computadores da linha MacBook e ativar a webcam sem o consentimento do usuário.

Essa técnica de hackear webcams, reportada primeiramente pelo jornal "The Washington Post", é considerada similar à tática usada para espiar Cassidy Wolf, uma garota americana de 19 anos que foi vítima de um hacker no início deste ano.

O FBI prendeu o homem responsável por espiar Cassidy. Ele foi considerado culpado por espionar a garota e um número de uma outra mulher, usando um programa que permitia tirar uma foto ou gravar um vídeo sem que elas estivessem cientes.

O artigo da Johns Hopkins, intitulado "iSeeYou: Disabling the MacBook Webcam Indicator LED" [eu vejo você: desativando o indicador de LED da webcam], explica como os pesquisadores conseguiram reprogramar o microcontrolador de uma câmera iSight para ativar funções de gravação sem ligar as luzes de filmagem.

Stephen Checkoway, um professor assistente na Johns Hopkins e coautor do estudo, apontou que a brecha só funciona em produtos da Apple de 2008.

"O onipresente indicador de LED da webcam é um recurso de privacidade importante, que fornece uma dica visual de que a câmera está ligada", escreveram os pesquisadores no artigo.

Checkoway tem monitorado questões de segurança por algum tempo e é um membro do Instituto de Segurança da Informação da Universidade Johns Hopkins. Ele escreveu o artigo com outro pesquisador, Matthew Brocker.


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