Folha de S. Paulo


Análise: Adolescentes veem o Facebook como um adulto encara o LinkedIn

Um dos conceitos mais importantes da sociologia, o do papel social, tem muito a ver com a "fuga" dos jovens do Facebook.

A teoria diz que nunca somos os mesmos o tempo todo: para cada função na sociedade (pai, filho, aluno, professor, profissional, etc.) temos um papel social --que seria, grosso modo, como nos comportamos em cada uma destas situações. Porém, nem sempre dá para alguém cumprir dois papéis sociais ao mesmo tempo. É este o dilema enfrentado no Facebook.

FACEVELHO?

No geral, os jovens gostariam de esconder muitas das coisas que pensam e fazem. Só que, dado o sucesso do Facebook, muitos pais e demais parentes também estão lá. Como cumprir o papel social de jovem com o pai e a mãe vendo tudo?

Em uma analogia dentro deste mesmo tema, é a mesma sensação que o adulto tem com o LinkedIn, a rede social especializada em contatos profissionais. Dentro do LinkedIn, é precisa dar vazão ao papel social de profissional qualificado e equilibrado --não convém compartilhar piadas e fotos pessoais. Afinal, quem o segue ali são colegas de trabalho, chefes e potenciais empregadores.

Muitas das mudanças que o Facebook faz em suas ferramentas estão ligadas a esta preocupação. Funções de privacidade e investimentos nos aplicativos para tablets e smartphones, por exemplo.

Diante da encruzilhada, vale o velho ditado "se você não pode com o inimigo, junte-se a ele".

O que Zuckerberg segue em parte. Ele não se junta ao inimigo, e sim o compra. Deu certo com o Instagram no ano passado, mas o mesmo não se pode dizer --pelo menos por enquanto-- do Snapchat.


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