Folha de S. Paulo


Banda larga no Brasil crescerá 54,2% em quatro anos, diz Cisco

O número de conexões de banda larga no Brasil chegou a 27,2 milhões de pontos em junho, considerando acessos fixos e por modem 3G, crescimento de 15,3% em relação ao ano passado, segundo o relatório semestral da Cisco.

Também por meio do estudo, realizado em conjunto com o instituto IDC, a empresa prevê que, até 2017, esse número passará a ser 43,76 milhões, um incremento de 54,2% em relação à estimativa para o final deste ano, que é de 28,38 milhões de conexões.

A empresa atribui o crescimento às iniciativas governamentais e privadas no sentido de expandir o acesso à internet, impulsionadas pela realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no país. Outro responsável pelo crescimento é o acesso móvel --o que inclui a chegada do 4G.

Das atuais conexões, 19,9 milhões são fixas e 7,3 milhões são móveis --esses dois tipos cresceram 14% e 19%, respectivamente, no último ano. São considerados pontos móveis os acessos pós-pagos por meio de tablets e de modem 3G ou 4G (conectados por USB ao computador).

Segundo Samuel Rodrigues, analista de telecomunicações do IDC e responsável pelo relatório, há uma aceleração na adoção desse tipo de conexão móvel --seus usuários são pessoas que já têm conexão fixa em casa e que pagam pelo acesso do tipo ou moradores de áreas mal guarnecidas de opções de banda larga residencial.

"Vemos que a banda larga fixa continua crescendo, e isso deve ajudar o Brasil nos próximos anos, já que o principal problema econômico atual no país é o de produtividade", disse o presidente da Cisco no Brasil, Rodrigo Dienstmann, durante o evento em que foi anunciado o relatório, em São Paulo. "Isso tem grande impacto em serviços públicos, como de educação e de saúde."

A empresa disse, ainda, que o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) e seu respectivo regime especial de tributação, o REPNBL, são fatores que colaboram para a previsão de aumento na capilaridade da internet.

Um dos problemas apresentados é a baixa velocidade de grande parte das conexões brasileiras 41% dos usuários ainda pagam por uma conexão de menos de 2 Mbps.

Tobias Brixen/Creative Commons/Flickr
Fibra ótica: um dos fatores que puxaram a velocidade média da internet brasileira para cima
Fibra ótica: um dos fatores que puxaram a velocidade média da internet brasileira para cima, junto com o 4G

A IDC e a Cisco fazem o relatório, intitulado Barômetro, a cada seis meses, com dados fornecidos por Vivo (Telefônica), Claro e NET (Embratel), Oi, TIM, GVT, Algar Telecom, Star One e provedores menores, além de outras fontes de dados, como o governo e publicações jornalísticas.

O PREÇO É O MESMO

O preço médio pago pelo brasileiro por banda larga seguiu sendo de R$ 64, apesar de a velocidade média ter subido 556 Kbps (para 4,88 Mbps) no último ano --o que significa uma queda no preço por Mbit, decorrente em especial de avanços tecnológicos.

Dois dos fatores que puxaram a velocidade média da banda larga brasileira para cima foram o crescimento da fibra ótica (alternativa ao cabo) e do 4G, última geração de redes celulares.

Este último, para o analista que conduziu o estudo, pode ajudar a tirar o estigma de má qualidade de conexão de internet móvel no Brasil, impresso no país por conta das limitações técnicas da rede de terceira geração. "Todos sabemos que o 3G fica aquém da qualidade [de conexão] esperada. O preço do 4G ainda é alto, mas deve cair em um futuro próximo", disse Rodrigues.

O relatório aponta que, durante o primeiro trimestre, houve uma rápida adoção do 4G, que conta hoje com por volta de 200 mil usuários (somente são considerados os que usam modem em planos pós-pagos). Isso representa um crescimento trimestral bruto similar ao número de novas conexões 3G, padrão já consolidado, durante o mesmo período.


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