Folha de S. Paulo


Marcas criam regras e dados próprios para vender TVs

Você encontra um modelo de televisor que agrada e descobre que ele tem taxa de contraste de 4.500:1 e taxa de atualização de 480 Hz. Isso é bom ou ruim? Calma, calma, não precisa sair correndo!

As especificações de um aparelho de TV são uma das coisas mais assustadoras que existem. É uma lista comprida de nomes acompanhados de números enormes.

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Na prática, porém, esses dados fazem pouco sentido se vistos isoladamente.

A taxa de contraste é uma grandeza que poderia ser usada para indicar a qualidade dos níveis de preto e de branco da TV. O problema é que as empresas têm métodos próprios para fazer esse tipo de medição.

"Não existe um padrão na indústria. Cada fabricante tem a sua forma de fazer a conta, mas usa os mesmos ingredientes", diz André Romanon, gerente de marketing de produtos da Envision, empresa responsável pelos televisores da Philips no Brasil.

Em alguns testes, por exemplo, o branco pode ser turbinado e ajustado para melhorar o resultado final. Mas, para uma boa imagem, o que importa mesmo é o nível de preto.

ATUALIZAÇÃO

As taxas de atualização também são alvo das "vontades" dos fabricantes. Elas indicam quantas vezes por segundo a televisão consegue ler cada quadro da imagem. Painéis com uma taxa de atualização baixa deixam um rastro na tela quando há movimento, fazendo com que a imagem fique mais borrada.

Esse número é especialmente importante em TVs de LED, e é comum encontrar taxas de 60 Hz, 120 Hz e 240 Hz.

Cada fabricante, porém, alega ter uma tecnologia capaz de aumentar o processamento da imagem, o que faria a televisão ter resultados similares ao de painéis com taxas de 480 Hz, 960 Hz e até 1.200 Hz.

É possível, por exemplo, que um painel tenha taxa de atualização nativa de 120 Hz, mas o fabricante dizer que ele tem resultados de 240 Hz graças à sua tecnologia, "única e exclusiva", claro.

Cada fabricante dá um nome a essa maneira de turbinar as taxas: Clear Motion Rate (Samsung), Motionflow XR (Sony), Perfect Motion Rate (Philips) e TruMotion (LG)
Nesse caso, vale procurar pela taxa de atualização nativa do painel.

"Mais do que os números, puramente, é importante o consumidor ver o produto na loja", afirma Fernanda Summa, gerente de marketing de Home Entertainment da LG no Brasil.

Editoria de Arte/Folhapress

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