Folha de S. Paulo


Uso do aplicativo para evitar polícia no Brasil surpreende Waze

A diretora de parcerias globais do Waze, Di-Ann Eisnor, afirmou que usar o aplicativo de navegação para fugir de radares e blitzes contra direção alcoolizada é uma peculiaridade dos usuários brasileiros do app.

"Essa é uma situação única no Brasil. Nos EUA, a Apple fez uma avaliação [para banir aplicativos que rastreassem batidas policiais] e não tivemos problemas", disse à Folha.

O aplicativo, comprado pelo Google em junho, monitora o trânsito através do GPS do celular dos usuários e indica a rota mais rápida para um determinado trajeto.

Além disso, usuários podem fazer e compartilhar notificações sobre itens que influenciam no trânsito --como obras e acidentes, mas também como inspeções policiais e radares.

"Fornecer informação sobre intervenções da polícia ajuda o motorista, mas nunca foi nossa intenção que o recurso fosse usado para burlar a lei" diz Eisnor.

A avaliação a que a diretora do Waze se refere foi em 2011, depois que senadores americanos pressionaram Apple, Google e Blackberry a banir aplicativos que ajudassem motorista a escapar das blitze.

Na época, a empresa de Steve Jobs anunciou banimento desses aplicativos, e o Waze não foi afetado.

Divulgação
Imagem do aplicativo de navegação Waze para iPad
Imagem do aplicativo de navegação Waze para iPad

BRASIL É 2º PAÍS COM MAIS USUÁRIOS

Segundo ela, o Brasil tem a segunda maior base de usuários do Waze, perdendo apenas para os Estados Unidos, e se tornou um dos mercados prioritários da empresa.

De passagem pelo país, membros da equipe procuram parcerias com companhias locais para aumentar o alcance do aplicativo. Hoje, colaboram com o COR (Centro de Operações da Prefeitura do Rio); forneceram dados, por exemplo, para ajudar a organização do trânsito durante a visita do Papa, em julho.

Nos EUA e outros países, porém, além de instituições governamentais, o Waze também têm acordos com emissoras de TV e companhias telefônicas.

WAZE

Gratuito, o Waze é um aplicativo israelense de "mapa social" para smartphones e tablets, que usa GPS dos celulares e mapas editados por seus usuários para calcular o trânsito das ruas e sugerir a melhor rota para os motoristas.

Em junho, a empresa responsável pelo app foi adquirida pelo Google em um negócio avaliado em US$ 1,3 bilhão.


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