Folha de S. Paulo


Músicos reclamam de baixos rendimentos com streaming; empresas rebatem

Atualmente o formato mais falado de consumo de música, os serviços por assinatura parecem não ser um bom negócio para os artistas.

Uma pesquisa realizada pela FMC (Coalizão do Futuro da Música, na sigla em inglês) com 5.371 músicos dos EUA mostrou que 54% dos artistas não ganham sequer um dólar com a presença de suas obras no Spotify, o mais popular do tipo no país.

Do concorrente Pandora, uma parcela ainda maior (76%) recebia nada, apontou a enquete. A essas duas perguntas, outros 11% disseram não saber se ganhavam algo.

Entre os que têm o streaming como uma de suas fontes de renda, o cenário tampouco é animador: diversos artistas que divulgaram suas contas, como a violoncelista Zoë Keating (veja a lista detalhada) revelaram que o rendimento por cada vez que uma canção é tocada é de cerca de R$ 0,01.

Um bom número de reproduções não compensa esse baixo pagamento: David Lowery, vocalista da banda Cracker, divulgou que, por 1,2 milhão de reproduções de canções suas, recebeu do Pandora o equivalente a R$ 37. "Menos do que eu ganho ao vender uma camiseta."

Alguns artistas populares, como Thom Yorke, do Radiohead, e a cantora Taylor Swift já retiraram conteúdo que haviam disponibilizado por streaming por acreditar não ter retorno justo ou que prejudicava o sucesso dos outros formatos. Outros, como o Led Zeppelin, nunca figuraram em um serviço do tipo.

O Spotify se defende e diz que terminará o ano tendo pago US$ 1 bilhão em royalties.

Um estudo da Comissão Europeia divulgado em março afirma que downloads ilegais e streaming não prejudicam a venda de música on-line.

O último relatório da Nielsen sobre o segmento mostra que o streaming cresceu 24% no primeiro semestre, enquanto as vendas de música em formato digital e em CD caíram 4,6% e 14% no mesmo período, respectivamente.

Ainda assim, Pandora, Spotify e outros vêm relatando prejuízos crescentes.


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