Folha de S. Paulo


Game "Toren" levanta R$ 75 mil pela Lei Rouanet; meta é arrecadar 370 mil

"Somos malucos de tentar algo como o 'Toren'", diz Vitor Leães, produtor da Swordtales, estúdio responsável pelo game, que emprega outras nove pessoas.

A tarefa é árdua --desenvolver um jogo focado no enredo e na imersão é tecnicamente muito difícil, mas convencer patrocinadores a colocar dinheiro no jogo é mais complicado ainda.

Divulgação
"Toren", jogo brasileiro em desenvolvimento, beneficiado pela Lei Rouanet

"Toren" é o primeiro jogo eletrônico beneficiado pela Lei Rouanet, de incentivo à produção cultural nacional. Desde 2011 os desenvolvedores de games podem pleitear o apoio do governo.
No início do ano, "Toren" foi autorizado a captar R$ 370 mil com o aval do Ministério da Cultura. Cerca de 20% do montante (aproximadamente R$ 75 mil) já foi arrecadado.

Os patrocinadores interessados têm o direito de pedir restituição de 67% do valor total no imposto de renda.

"É uma grande ajuda, mas mesmo assim é difícil captar dinheiro. As pessoas estão interessadas em investir em cinema, em teatro ou em festivais. Estão mais acostumados com outras formas de narrativa", diz Leães.

"Mas 'Toren' é uma história que só pode ser executada em um videogame, que é uma plataforma única para contar histórias. Teremos material de apoio, como HQs e animações, mas esses conteúdos só funcionarão como complemento. O centro é o game", completa.

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O TEMPO É O VILÃO

"Toren" é um jogo sobre transformação, em que o maior vilão do jogador será o tempo. O enredo explora a condição humana de luta contra a mortalidade.

O jogador controla uma princesa por todas as fases da vida, aprisionada desde o nascimento em um castelo abandonado.

A chave para tentar sair da prisão é uma planta que germina no centro do palacete e que, com o passar dos anos, cresce e se torna uma árvore robusta, que pode servir como plataforma para a menina alcançar o teto do castelo e se libertar.

"Nós estamos colocando muita importância na história. O game será um adventure simples de jogar, mas a trama está profunda, cheia de metáforas e poemas misteriosos", diz Leães.
"A nossa missão consiste em fazer jogos 'indie' de alto nível e preço justo, que tenham mais a oferecer em um mercado inundado de clones", diz a Swordtales, fazendo uma crítica aos grandes estúdios, quase sempre receosos em inovar.

"Toren" ainda não tem data de lançamento nem preço oficial; mas deve sair no início de 2015 "com um preço normal de jogo independente".


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