Folha de S. Paulo


Site acessível para pessoa com deficiência não sai mais caro, diz especialista; entenda

O desconhecimento por parte de desenvolvedores de sites e de quem insere conteúdo neles é o que mais impede que pessoas com deficiência usufruam de páginas da web, as quais podem se tornar acessíveis com medidas fáceis e rápidas, segundo especialistas no assunto.

Deficientes visuais, por exemplo, usam um programa que vocaliza o texto da página e que não consegue interpretar conteúdo visual.

Para contornar esse problema, deve-se embutir texto alternativo a fotos e evitar o uso de tecnologias que exigem interpretação ou interação exclusivamente visual. Ajax, Captcha e Flash e texto embutido em imagens devem ser evitados, segundo Fábio Salles, 35, sócio-diretor da agência Digital Acesso, que tem como clientes bancos e serviços públicos que precisam tornar sites "universais".

Dicas básicas para desenvolvedores podem ser vistas em um documento do W3C Brasil.

"Só de trabalhar respeitando a semântica do código, um desenvolvedor cria um site que é mais acessível", diz Reinaldo Ferraz, 36, especialista em desenvolvimento do órgão W3C no Brasil. "Mas, pela escassez na oferta de instrução formal nessa área, esse bom profissional está cada vez mais raro."

"A principal barreira segue sendo o desconhecimento. Falo com desenvolvedores experientes que nunca ouviram falar sobre isso, e pessoas que assistem pela primeira vez o vídeo ["Acessibilidade Web: Custo ou Benefício?"] e se emocionam", diz.

Quem cria conteúdo também pode ajudar ao pôr legendas em imagens e links.

Segundo dados do CGI (Comitê Gestor da Internet) de 2011, apenas 4,5% dos sites de serviços públicos no Brasil podem ser considerados acessíveis.

O Censo de 2010 aponta que 23,9% dos brasileiros (45,6 milhões de pessoas) têm deficiência auditiva, mental, motora ou visual -dos quais 35 milhões têm dificuldade de enxergar, mesmo de óculos, e 529 mil são cegos.

Editoria de Arte/Folhapress

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