Folha de S. Paulo


"Candy Crush" me fez perder a noção e até queimar a sopa

Eu, que nunca me apego a games, me vi recentemente hipnotizada pela tela (e música e efeitos sonoros e palavras de incentivo) de Candy Crush.

Mas o tempo de espera para ganhar novas vidas me irritou e só comecei a jogar para valer ao descobrir como burlar tal limitação.

Quando isso aconteceu e fui promovida à vida eterna, fiquei presa na maldita fase 23, localizada no Lago da Limonada. Foi então que, num domingo, entrei no modo looping do jogo.

Sempre que eu perdia, adiantava a data do iPad e continuava tocando a vida (ou as vidas). Enquanto isso, no modo off-line, fazia uma sopa, pois nem só de fileirinhas de doces vive o homem.

Reprodução
Game
Game "Candy Crush" tem mais de 50 milhões de usuários e é um dos três aplicativos mais rentáveis de toda a App Store

Cansei do jogo e decidi sair quando, ainda bêbada do lago de limonada, olhei para a data estampada na tela do tablet. Fruto da roubalheira, ela estava adiantada em uma semana e exibia exatamente a data do meu plantão. E eu em casa, de pijama, jogando Candy Crush, pensei!

Fiquei sem ar por uns bons segundos. Pulei da cama para pegar o celular e telefonar para o trabalho quando percebi a confusão. O plantão não existia, mas aquele cheiro de queimado sim e vinha da minha cozinha, mais precisamente da panela de sopa.

Atenta às guloseimas virtuais, acabei queimando cenoura, couve e abobrinha reais.

Não perdi só a fase 23, mas também o meu jantar.

JULIANA CARPANEZ é editora de Tecnologia do UOL, empresa do Grupo Folha


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