O código aberto é o resultado da inquietação de desenvolvedores, algo que propiciou liberdade de escolha a pessoas e empresas. É uma das mais importantes contribuições sociais que a área da tecnologia já recebeu dos seus profissionais até hoje.
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O movimento "open source" consegue reunir centenas de programadores de todos os lugares do planeta que, insatisfeitos com as atuais e caras opções, se juntam para criar alternativas e projetos públicos, muitas vezes sem fins lucrativos.
Um dos grandes marcos desse mundo é o domínio que a Microsoft tinha sobre os navegadores antes de a bolha da internet explodir, cenário mudado pelo surgimento do Firefox, da Mozilla.
Foi tal pontapé que permite, hoje, que empresas com poucos recursos se mantenham usando software livre e que governos usem tecnologia de ponta gratuita.
Mas, apesar de diversos pontos positivos, projetos baseados em código aberto enfrentam problemas. Um deles é o abandono por parte de seus criadores, desestimulados com a falta de incentivo financeiro: existe muita mão-de-obra, mas pouco dinheiro e investimento, já que as fundações dependem principalmente de doações e contribuições de entusiastas.
E quem sofre é o usuário.
Usar código aberto significa, normalmente, baixar sem adquirir serviços ou suporte.
Assim, sistemas que usam código fechado possuem melhor atendimento dedicado ao consumidor final, além de oferecer as tradicionais garantias de uso e correções de defeitos que possam surgir.
Outro ponto delicado do código aberto é que, livre para tantas modificações e intervenções de terceiros, acabam sendo criadas muitas versões de um mesmo produto. E, com isso, o projeto final corre o risco perder o foco inicial e tornar um concorrente de si mesmo, causando confusão ao usuário.
ANDREWS FERREIRA GUEDIS é desenvolvedor e colabora com a Folha