Folha de S. Paulo


Colégio em SP estimula alunos a editar e melhorar a Wikipédia

Alunos do 9º ano do ensino fundamental do colégio I.L. Peretz, na zona sul de São Paulo, têm trabalhado para melhorar a qualidade e criar verbetes relacionados a obras literárias na Wikipédia, enciclopédia digital que tem 25 milhões de artigos publicados em 285 idiomas, sendo 772 mil deles em português.

A iniciativa partiu do professor Jorge Makssoudian, que procurou no Brasil os representantes da Wikimedia Foundation, responsável pelo site colaborativo, para oferecer a parceria.

O projeto é semelhante ao Wikipédia na Universidade, lançado pela fundação em 2011 e que tem a participação de instituições como USP, UFRJ e FGV, entre outras.

"Eu pensei em um projeto que unisse tecnologia com algo que os alunos costumam usar no dia a dia, mas que também servisse como ferramenta para trabalharmos questões gramaticais", explica.

Fabio Braga/Folhapress
Alunos do colégio Perets com o professor Jorge Makssoudian, que idealizou o projeto
Alunos do colégio Perets com o professor Jorge Makssoudian, que idealizou o projeto

De acordo com o professor, inicialmente são trabalhados apenas os verbetes sobre os livros que os alunos já leram.

O primeiro é sobre "A Volta ao Mundo em 80 dias", do escritor francês Júlio Verne.

A ideia, segundo Makssoudian, é tornar a enciclopédia digital um ambiente mais confiável e com textos mais bem escritos. A filosofia é: em vez de reclamar, faça algo para melhorar o que lê.

Fabio Braga/Folhapress
Após criar os verbetes, alunos vão colocar nos livros com verbetes os selos com tecnologia QR Code
Após criar os verbetes, alunos vão colocar nos livros com verbetes os selos com tecnologia QR Code

"É legal poder participar, entender como ela é formada [a Wikipédia], como as pessoas produzem [o conteúdo] e como ele é publicado. Isso estimula a gente a fazer também", diz Grabiela Ejchel, 13.

O projeto também prevê levar tecnologia à biblioteca. Cada livro que tiver seu verbete editado na Wikipédia vai ganhar um QR Code, espécie de código de barras que pode ser lido por tablets e celulares e leva o leitor direto para uma página na internet.

Apesar de o programa não ser projeto oficial da Wikimedia Foundation, Oona Castro, responsável no Brasil pelas parcerias da fundação, diz que a iniciativa é bem-vinda. "Queremos muito aprender com essa experiência, nova para nós, já que até hoje estivemos focados em atividades com universidades."

"Nosso papel é basicamente o de fomentar processos junto com a comunidade. Neste sentido, fizemos apenas a ponte entre o professor e voluntários da comunidade que já vinham planejando atividades em escolas de ensino médio em São Paulo", diz.


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