Folha de S. Paulo


Auto-organização de invidíduos é chave para solução de problemas globais, diz autor de "Wikinomics"

A capacidade dos indíviduos de se auto-organizarem, principalmente por meio da internet, é uma grande arma na busca de soluções para problemas globais como a pobreza, a destruição do meio-ambiente e a corrupção.

A análise é do pesquisador e futurista norte-americano Don Tapscott, que falou na noite desta quinta-feira em uma palestra na sexta edição da Campus Party Brasil.

James Duncan Davidson -26.jun.12/Divulgação
Don Tapscott falou a campuseiros na noite desta quinta-feira
Don Tapscott falou a campuseiros na noite desta quinta-feira

Segundo ele, os modelos tradicionais de organização são cada vez mais vistos como "ilegítimos" pelos jovens nascidos na era digital, que têm buscado outras maneiras de se verem representados e reivindicar mudanças.

"Movimentos como o visto na Primavera Árabe ou o Occupy são a expressão de uma geração que quer ver mudanças no mundo e acredita que as instituições tradicionais estão atrapalhando nisso", disse Tapscott, que é coautor do livro "Wikinomics: Como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio".

Para Tapscott, a revolução digital criou a chamada "era da inteligência em rede", em que sistemas de colaboração em massa passam a reger governos, empresas e outras instituições.

"Diante disso, a era da inteligência em rede vai ajudar a consertar problemas globais e a criar riqueza", disse. "A internet é uma máquina colaborativa que funciona em escala astronômica."

EDUCAÇÃO

O novo modelo de organização da sociedade, em redes colaborativas, na visão da Tapscott, já impacta áreas como a educação.

"A educação está sendo revolucionada pelos cursos on-line, por exemplo. No futuro, essa rede de educação vai ser maior que todas as universidades do mundo combinadas", afirmou o pesquisador.

Ele também falou sobre o poder da auto-organização nas empresas. "Elas estão mudando, não por causa da regulação de governo, mas por forças do mercado", disse Tapscott.

Segundo ele, a organização em rede deu poder aos indivíduos para exigir transparência das organizações.

"Há um sentimento crescente que as empresas precisam ter objetivos maiores que o lucro", disse.


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