Folha de S. Paulo


'Minecraft' é usado para criar réplicas de monumentos, cenários de filmes e cidades

Castelos, cenários de filmes e seriados, réplicas de monumentos reais e até mesmo o planeta Terra inteiro já foram recriados, com notável fidelidade, dentro de "Minecraft" por seus jogadores, que exibem os feitos na internet.

A comunidade de 40 milhões de usuários já fez centenas de milhares de vídeos --muitos deles disponíveis no YouTube-- que mostram essas e outras criações.

A estrutura aberta do jogo, que permite construir praticamente qualquer coisa, motivou a criação de narrativas ficcionais como as séries "Olimpíadas TNT", no canal Coisa de Nerd, e "Minecraft Divino", no canal Monark.

Mas fazer tudo isso dá trabalho: a coleta de material (pedra, areia, terra, madeira) deve ser feita bloco por bloco, com ferramentas apropriadas, que devem ser construídas pelo jogador.

A composição também deve ser feita com um bloco por vez, como se o mundo virtual do jogo fosse um imenso planeta composto por Lego.

Em "Minecraft" não existe final: o usuário simplesmente constrói coisas, cria sua cidade ou explora o mundo. Alguns modos de jogo disponíveis são o de combate, em que zumbis e aranhas obrigam o jogador a procurar abrigo durante a noite, e o criativo, em que não há inimigos.

NOVOS ADEPTOS

Já com uma grande comunidade, o jogo continua a ganhar adeptos. No último Natal, mais de 1 milhão de cópias foram vendidas.

"Minecraft" já tem uma convenção própria, a Minecon. A última, realizada em novembro, em Paris, reuniu 4.500 participantes --houve competição de fantasias e apresentações de novas versões do título e de aplicativos relacionados a ele.

O sucesso do jogo rendeu também um documentário. "Minecraft - The Story of Mojang" (Minecraft - A História da Mojang) foi lançado nos EUA e na Suécia em 23 de novembro e pode ser comprado por US$ 8 no site da produtora 2 Player.

O êxito também alimentou o surgimento de versões genéricas do jogo, como "Blockland" e "FortressCraft".

Mais toscos, mas também mais baratos, vários deles figuram nos rankings dos mais vendidos em redes de distribuição on-line de jogos, como Xbox Live e Steam.

Markus Persson, o criador de "Minecraft", já disse que não se incomoda nem pretende processar os criadores dos clones. Há até quem considere "Minecraft" um gênero, e não um jogo, tamanhas as possibilidades do game.

MUNDO PÚBLICO

Os arranha-céus e castelos mais elaborados vistos no jogo dependem de equipes organizadas. Em "Minecraft", cada um tem o seu próprio mundo, que divide apenas com amigos e convidados.

Mas o que aconteceria se milhares de estranhos pudessem dividir o mesmo mundo, construindo (e destruindo) ao mesmo tempo?

Devemos saber em breve: na semana passada, dois usuários do site Reddit anunciaram a criação do primeiro mundo público de "Minecraft", no qual qualquer jogador poderá entrar, mesmo que não tenha sido convidado.

Editoria de Arte/Folhapress

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