Folha de S. Paulo


Jovem é a primeira civil a fotografar a rotina de formação do Exército

Olhares desconfiados de soldados do Exército brasileiro acompanham a fotojornalista Paula Mariane, 20, desde 2016, quando ela começou a fotografar o cotidiano de escolas que fazem parte da formação militar.

Idealizadora do projeto "Laços de Honra: o outro lado do Exército", a fotógrafa e estudante de jornalismo diz que ser jovem e mulher chama a atenção dos oficiais e gera comentários machistas. "Ainda mais que eu uso maquiagem, tenho o cabelo pintado de vermelho. Um dia eu estava lá na escola, fui acompanhar um treinamento dos alunos e um oficial me falou: 'O que você está fazendo aqui? Quer arrumar um marido?'."

Apesar disso, afirma que nas Forças Armadas "tem muita gente querendo mudar a instituição e o Brasil para melhor". Algumas dessas mudanças sua câmera já registrou, como em 2017, quando ela viu a primeira turma de mulheres entrar na Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas. Diz que pode acompanhar todos os momentos do treinamento dos militares, sem sofrer censura.

Uma de suas fotos feitas no Exército ficou entre as 50 melhores do mundo na categoria jovem do Sony World Photography Awards, em 2016. "Meu objetivo é mostrar que independentemente de ideologia ou da carreira que seguiu lá dentro, os soldados são todos seres humanos.


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