Voltando suas lentes para o problema da imigração no Brasil, Lucca Messer, 26, fotógrafo londrino naturalizado brasileiro, foi ao bairro do Glicério, no centro de São Paulo, retratar a comunidade haitiana que se instalou na região.
"O bairro sempre foi de imigração e de baixa renda, mas notei em 2013 que tinha muita gente nova por lá. Descobri que eram haitianos que moravam nos cortiços. Eles não são refugiados, vêm com visto de trabalho. Queria colocar essas pessoas em pauta", conta Messer.
O resultado é a exposição "Rostos Haitianos", que traz fotos de Messer e textos curtos sobre a vida dos fotografados.
"A gente abordava as pessoas na rua, contávamos do projeto e rapidamente fazíamos as fotos. A conversa era feita em criolo francês, era muito difícil. Muitos também não topavam, principalmente as mulheres, que diziam que tinham que perguntar ao marido", conta.
A exposição começa dia 9 de dezembro, na Unibes Cultural, e vai até 24 de fevereiro de 2018. Para Messer, no entanto, o projeto ainda não está concluído.
"Continuo fotografando, não quero parar. Vou também colar lambe-lambe do projeto pelo Glicério. Aqui é um país de imigração, temos que saber que os imigrantes estão aqui e nos conectarmos com essa cultura brasileira que é tão misturada", diz.