Folha de S. Paulo


País que dá poder a suas escolas tem notas melhores em teste de educação

Países com melhores resultados no Pisa, teste internacional de aprendizagem conduzido a cada três anos, como Finlândia, Canadá, Austrália, Cingapura e Suécia, têm dado, desde os anos 1980, maior autoridade às escolas para tomar decisões sobre recursos e currículos.

Segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), essa postura parte da premissa de que professores e gestores qualificados são bons juízes das necessidades de aprendizado dos alunos e podem implementar mudanças.

O Banco Mundial também mede autonomia escolar em alguns países como parte da iniciativa Saber, que coleta e analisa dados de educação para promover diagnósticos e diálogo. Em relatório, o Banco afirma que autonomia das escolas e prestação de contas são essenciais a um sistema escolar de qualidade.

LIBERDADE DE RESULTADOS - Relação entre autonomia escolar e o desempenho dos países no Pisa (ranking mundial de educação)

"Mais controle local ajuda a criar condições para aumentar o aprendizado de modo sustentável, pois dá a professores e pais mais oportunidades para desenvolver objetivos em comum, aumentar seu comprometimento com a aprendizagem e promover uso mais eficiente de recursos", diz o Banco Mundial.

Percebe-se na prática a consequência da maior liberdade. Análise do Banco Mundial mostra, com base nos dados do Pisa, que autonomia com bons mecanismos de prestação de contas resultam em melhor desempenho por parte dos estudantes.

Cingapura, líder nas três provas do Pisa 2015 –matemática, leitura e ciências–, tem, por exemplo, tem um índice de autonomia (porcentagem de tarefas por que professores, diretores e conselhos administrativos têm responsabilidade considerável) de 73,9%. O site do Ministério da Educação do país diz que, nos próximos anos, escolas devem ganhar mais professores e mais autonomia.

Na Finlândia, com índice de autonomia de 74,7%, escolas são livres para determinar como agrupar estudantes e podem, em muitos casos, cuidar de orçamento, contratações e aquisições –desde que prestem contas e cumpram diretrizes. Professores têm autonomia pedagógica e podem escolher métodos de ensino, materiais e apostilas. O país é quarto em leitura e quinto em ciências.

Por outro lado, na Tunísia, entre os dez piores nas três provas do Pisa, a comunidade escolar tem poucas responsabilidades: seu índice de autonomia é de 30,4%.

Herman Tacasey
Caderno Gestão Escolar marionetes de madeira produzidas pelo artista Herman Tacasey Foto: Herman Tacasey DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM

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