Folha de S. Paulo


Prédios vazios do centro ganham vida com a chegada de artistas

Rodrigo Reis/Divulgação
Teatro e dança - grátis na rua -
Apresentação da Cia. Pessoal do Faroeste, que ocupa casa na General Osório, no centro de SP

Nos últimos anos, muitas construções antigas e vazias no centro da cidade ganharam vida com o trabalho de artistas plásticos, fotógrafos, músicos e grupos de teatro.

Há três anos, um grupo de artistas invadiu um edifício desocupado da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) na rua do Ouvidor, limpou e pintou os 13 andares. Os apartamentos viraram ateliês ou salas de música. Estava criado o Centro Cultural Ouvidor 63.

As atividades acontecem também do lado de fora do prédio. "Desde 2014, levamos nossas oficinas para regiões como o vale do Anhangabaú. Procuramos encorajar a participação de pessoas em situação de rua em nossos projetos, especialmente crianças e adolescentes", afirma Alexa Gomes, artista e dona do brechó instalado no edifício.

A prefeitura informou aos ocupantes do prédio que pretende privatizar o local, mas não ha ainda informações sobre a desapropriação.

Na rua General Osório, 23, a casa amarela com janelas vermelhas abriga a companhia de teatro Pessoal do Faroeste. Desde sua fundação, o grupo busca interagir com a população da Luz e resgatar a memória do bairro. Pela atuação, ganhou o Prêmio Shell de Inovação em 2015.

"Por meio do nosso trabalho, queremos criar um sentimento de pertencimento na população, para que a cidade se reconheça no centro também. O centro é o coração de uma cidade. Como viver sem ele? Sem reconhecer esse espaço, a população abandona essa parte do município. Desejamos, cada vez mais, desenvolver ações que humanizem essa região", afirma Paulo Faria, diretor do Pessoal do Faroeste.

Outros endereços ocupados por artistas são os estúdios Lâmina e Phosphorus. O primeiro fica no quarto andar de um edifício construído na década de 1940 na avenida São João. Seus integrantes definem o endereço como um espaço de pesquisa e de divulgação de artistas. A poucos quarteirões de distância, num casarão construído em 1890 na rua Roberto Simonsen, está instalado o Phosphorus, um espaço de desenvolvimento de projetos colaborativos.


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