Folha de S. Paulo


Fabricantes de bebidas apostam em campanhas educativas por aplicativo

Adriano Vizoni/Folhapress

A frase "Se beber, não dirija" surgiu de uma campanha da Abrabe (associação de fabricantes) em conjunto com a prefeitura de São Paulo, em 1996.

Foi uma das primeiras ações de redução de danos associados ao álcool no país e resume a estratégia da indústria até hoje: apostar em campanhas educativas -agora virtuais.

Desde 2011, a Abrabe mantém a plataforma "Sem Excesso" e, no último Carnaval, fez parceria com o aplicativo Waze, que traça rotas, para dar alertas no celular sobre os riscos de beber e dirigir.

A Diageo, dona de marcas de destilados como Johnnie Walker e Smirnoff, se juntou ao aplicativo 99 Táxis para dar descontos em corridas noturnas e incentivar usuários a evitar a mistura álcool e direção.

"A sustentabilidade do nosso negócio está relacionada com o consumo responsável", diz Teresa Orlandi, gerente de relações corporativas da empresa.

Angelo Campana, presidente da Abead (associação de estudos do álcool), desconfia das ações. "Não acredito que a indústria faça redução de danos, é marketing. Eles querem o lucro e quanto mais venderem, melhor. A propaganda está aí para isso."

A Abrabe informou por meio de nota acreditar que "iniciativas de educação e prevenção, reconhecidas no mundo todo como a forma mais eficaz de coibir o consumo excessivo, são indispensáveis para a construção de uma cultura de moderação".


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