Folha de S. Paulo


Vacinação de meninos protege mulheres contra o HPV

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Em 2017, os meninos entram na mira do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, na luta contra o HPV. A expectativa é vacinar 3,6 milhões de garotos entre 12 e 13 anos, ao longo do próximo ano.

Como aconteceu com as meninas, a faixa etária será ampliada gradativamente. O objetivo é chegar a 2021 com 80% dos meninos de 9 a 12 anos vacinados contra os quatro subtipos mais comuns na manifestação de verrugas genitais e de lesões precursoras de câncer (respectivamente, 6 e 11; e 16 e 18).

Dos 133 países onde a vacina contra o HPV está aprovada, 70 possuem indicação para uso no público masculino. E o Brasil é o sétimo país a incluir os homens em seu programa nacional de imunização, depois dos Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá.

A imunização do sexo masculino contra o HPV é uma forma indireta de proteger as mulheres –o que, no jargão médico, costuma-se chamar de "imunidade de rebanho". "Como os homens não dispõem de um exame de rotina como o papanicolau e como a maioria das infecções pelo HPV é assintomática, o sexo masculino acaba sendo o principal transmissor do vírus", diz o ginecologista Sergio Podgaec, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Se a imunização de adolescentes já é difícil, como convencer os meninos a tomar uma vacina contra um vírus comumente associado a um problema tipicamente feminino?

Os especialistas são unânimes em lembrar a importância da prevenção ao HPV também no controle de tumores malignos no ânus, na orofaringe e, sobretudo, no pênis. Ainda que raro, esse último costuma assustar os homens mais do que todos os outros.

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