Folha de S. Paulo


'Imposto verde' exige compensação tributária, diz pesquisador

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A adoção de imposto que incida sobre empresas que emitem mais gases poluentes exige que outro imposto seja reduzido. A avaliação é de Sérgio Leitão, diretor do Instituto Escolhas, que participou de debate no Fórum Economia Limpa, nesta terça (21).

O evento foi promovido pela Folha e Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) em São Paulo.

Ex-diretor do Greenpeace, Leitão afirma que a simples adoção de um novo imposto chegaria a reduzir o PIB, pois setores como siderurgia e transporte teriam seus produtos sobretaxados e menos consumidos –essas atividades estão entre as que mais emitem materiais poluentes.

A discussão sobre a taxação está sendo feita no mundo e ganhou força após o Acordo de Paris, ano passado, em que 175 países se comprometeram a reduzir suas emissões de carbono (incluindo China, Índia e EUA, os maiores poluentes, e o Brasil).

Leitão, autor de pesquisa sobre o tema, sugere que no Brasil o imposto a ser reduzido seja o PIS-Cofins, por ser muito complexo e com margem para simplificações, além de estar presente em diversas etapas da produção.

Coordenadora-executiva do Fundo Verde da Universidade Federal do RJ, Suzana Kahn afirma ser "um contrassenso" sobretaxar a emissão de carbono, sendo que os governos ainda subsidiam a indústria petrolífera.

Kahn se mostra cética em relação ao uso de "imposto verde". "Não dá para apostar todas as fichas no mercado ou na taxação", disse.

"Em qualquer solução, quem paga a conta é o consumidor", disse Gustavo Pimentel, diretor da consultoria Sitawi Finanças do Bem e analista de investimentos.

Pimentel não vê essa situação como negativa. "Hoje, quem paga a conta das mudanças climáticas é o cidadão."


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