Folha de S. Paulo


Para especialistas, envelhecimento cobra mudança no modelo assistencial

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Morrer parece estar fora de moda, mas o envelhecimento traz doenças crônicas. "O modelo vigente está ficando muito caro e ineficiente para cuidar dessas pessoas, a lógica assistencial precisa ser diferente", afirmou o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) especialista em gerontologia Renato Veras,.

Idosos são 13% da população brasileira hoje, e nos próximos 40 anos este número deve dobrar. A transição demográfica se acelera, mas o modelo de assistência é o mesmo da década de 1960. Em debate no 3º Fórum A Saúde no Brasil, realizado pela Folha em parceria com Interfarma e Unimed, especialistas concordaram que mudar o modelo assistencial de saúde é urgente.

A fragmentação no cuidado do indivíduo não traz bons resultados na opinião de Veras. "Os médicos especialistas tratam bem em seu campo, mas no conjunto todo é uma tragédia se os especialistas não dialogam."

"O cuidado deve ser integral e centrado na pessoa, não no tratamento da doença", disse João Bastos Freire Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, de acordo com Neto, o gerenciamento apenas da doença não atende às necessidades de idosos que geralmente têm mais que uma doença crônica.

PREVENÇÃO

Tabaco, álcool, falta de atividade física e alimentação inadequada são as principais causas de doenças crônicas que dificultam a vida de idosos e, segundo estudo da OMS, podem até influenciar negativamente o PIB.

"O ambiente regulado com políticas públicas é essencial para a redução de doenças crônicas", afirmou Deborah Carvalho Malta, professora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Malta lembrou que políticas públicas brasileiras, como a proibição da propaganda do tabaco e a melhora na qualidade da merenda escolar, aliadas à informação e educação, ajudam a reduzir a incidência de doenças crônicas.


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