Folha de S. Paulo


Tecnologia reduz custos e melhora serviços de energia, dizem empresas.

O uso da tecnologia no setor elétrico pode diminuir custos e auxiliar no serviço prestado à população, mas ainda é necessário fazer melhorias na regulamentação do setor público.

De acordo com especialistas que participaram do "Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais competitivo", realizado pela Folha nesta segunda-feira (28), o país precisa de planejamento para utilizar de forma adequada as inovações tecnológicas no setor.

"A busca por eficiência no setor é extremamente necessária. A população cobra energia barata e de qualidade, e só a inovação pode fazer isso", afirmou José Rangone, diretor-superintendente-geral da Taesa.

Além de Rangone, participaram do debate Guilherme Mendonça, vice-presidente sênior da divisão Energy Management da Siemens e Teresa Vernaglia, vice-presidente da AES Eletropaulo.

As palestras puderam ser acompanhadas pelo liveblog.

"As distribuidoras são pressionadas pelos custos e a tecnologia pode ajudar nisso. Hoje, você consegue saber exatamente onde é o ponto de falha de uma cidade e não precisa mais deslocar equipes por todos os locais", disse Mendonça, da Siemens.

De acordo com ele, o país perde 23%, ou cerca de R$ 5 bilhões ao ano, no caminho entre produção e consumo, apenas com energia desviada —prejuízo que vem sendo diminuído graças ao uso de tecnologias que permitem identificar os locais do furto.

REGULAMENTAÇÃO

A vice-presidente da AES Eletropaulo, Teresa Vernaglia, cobrou melhor regulamentação do setor. Para ela, os investimentos em inovação só podem ser realizados quando se há certeza e validação jurídica para tal. "No ambiente regulado, os investimentos precisam ser feitos totalmente a luz da regulamentação", disse.

Ela também afirmou que a taxação sobre a produção individual deve ser revista para estimular o consumidor a utilizar mais placas solares, por exemplo.

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"Estados como Minas Gerais e São Paulo já vêm buscando alternativas para resolver a cobrança do ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços] e incentivar a produção de energia solar", disse.

"Existem apenas 512 conexões para a geração de energia solar distribuída. Precisamos de um marco regulatório e esperamos que a Aneel [agência regulatória do setor] faça isso em breve, disse.

De acordo com Guilherme Mendonça, o Brasil deveria se inspirar na Alemanha, onde o governo federal oferece condições e, principalmente, uma regulamentação favorável à inovação no setor. Para ele, é fundamental que as políticas públicas auxiliem o país a crescer nesse aspecto.

Para Ragone, o país ainda peca no planejamento energético. De acordo com ele, faltam regras, padrões e procedimentos para que as empresas que operam no país possam ter confiança e conseguir otimizar as operações no setor.

Assista ao debate


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