Com só 12% de sua formação original de pé, a mata atlântica tem como principal desafio sua recuperação. O bioma abriga uma das maiores diversidades de espécies do planeta, muitas ameaçadas de extinção, e protege importantes mananciais.
A tendência de reduzir o desmatamento estava consolidada desde 2001. No entanto, a taxa entre 2011 e 2012 superou em 60% a do período anterior. No período seguinte, ocorreu novo aumento, de 9%, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Os dados mais alarmantes foram os de Minas Gerais, Estado quem tem a maior extensão de remanescentes. Desde 2011, foram desmatados 191,9 km2, em grande parte na produção de carvão vegetal para siderúrgicas.
O coordenador-geral de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, diz que o governo estadual, além de não resolver dificuldades no licenciamento e na fiscalização, teria uma "política autorizativa equivocada".
A Secretaria do Meio Ambiente reconhece dificuldades estruturais, mas informa que o Estado tomou medidas para saná-las, como aquisições de equipamentos e concursos públicos. O secretário Alceu Torres destacou que houve redução de 21,5% entre o desmatamento de 2012 a 2013 e o do período anterior.
A situação preocupa também em locais em que as taxas de desmatamento não aumentaram, como São Paulo.
O principal fator de devastação no Estado, segundo a Secretaria do Meio Ambiente, é a ocupação irregular, especialmente nas regiões litorânea e metropolitana.
Há ainda derrubada de mata para expandir áreas agrícolas. O Ministério do Meio Ambiente informa que os governos federal e estaduais estão preparados para conscientizar produtores rurais sobre os riscos de desrespeitar a legislação. (MT)