Folha de S. Paulo


Torneiro mecânico frequenta Caps há 7 anos

Há 15 anos, Antônio de Oliveira, 45, se descobriu alcoólatra. "Precisei ir ao fundo do poço para enxergar o que estava acontecendo", conta.

Internado por causa de uma pancreatite hemorrágica, deu início ao tratamento contra o álcool com remédios e acompanhamento psicológico e social num dos 80 Caps (Centro de Atenção Psicossocial) mantidos pelo município de São Paulo.

A terapia já dura sete anos. Mas o torneiro mecânico teve agora a sua segunda recaída. "Desta vez, estou internado por alguns dias. Está sendo mais fácil", afirma.

Oliveira ocupa uma das dez vagas para acolhimento integral do Caps AD 3 (Caps Álcool e Droga) de São Mateus, na zona leste de São Paulo.

A rede Caps é a porta de entrada para os atendimentos em saúde mental pelo Sistema Único de Saúde em todo o Brasil. Os centros oferecem tratamentos contra dependência química e doenças como esquizofrenia e autismo.

Das 80 unidades paulistanas, 16 contam com um total de 150 leitos para o chamado acolhimento temporário, o caso de Oliveira.

"A rede de atendimentos da capital deve suprir apenas 10% da demanda. Os demais pacientes ficam sem ter onde pedir ajuda", afirma o psiquiatra Elko Perissinotti, vice-presidente do Hospital Dia da USP (que realiza atendimento similar ao oferecido no Caps).


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