Folha de S. Paulo


Saúde no Brasil é subfinanciada e mal gerida, diz secretário David Uip

Na abertura do segundo dia do Fórum a Saúde do Brasil, realizado pela Folha nesta quinta-feira (27) em São Paulo, o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip, disse que o financiamento da saúde no Brasil é insuficiente e prejudicado por desperdício, pela execução repetida de trabalho e por corrupção.

O secretário afirmou que o governo federal está gastando menos, proporcionalmente, a cada ano, enquanto as fatias do financiamento da saúde referentes aos Estados e municípios estão aumentando.

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A municipalização, para Uip, é uma das consequências mais graves dessa mudança. "Os municípios investem mais e investem errado", afirma. "Eles deveriam estar gastando com prevenção e acabam gastando com a doença, construindo hospitais e arcando com todo o ônus das unidades de pronto atendimento."

Uip defendeu o fim da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde), pela qual é calculada a remuneração de cada procedimento médico.

Ontem, na abertura do fórum, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que pretende acabar com a tabela e implantar um novo sistema de remuneração, tendo em vista pacotes de procedimentos para atendimento integral do paciente.

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O secretário falou, ainda sobre a iminente falência das Santas Casas e hospitais filantrópicos, que respondem por metade dos atendimentos hospitalares do SUS e têm uma dívida de R$ 12 bilhões de reais.

Para Uip, o diagnóstico dos problemas de saúde no Brasil, especialmente o subfinanciamento e as falhas de gestão, já é conhecido. O que faltam são propostas para resolvê-los. "O gestor público precisa ter competência, criatividade, ousadia e precisa necessariamente se arriscar na proposição de soluções", concluiu.


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